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Co-adopção: Fabíola Cardoso escreve aos deputados para apresentar a situação da sua família

“Venho pedir-vos a decência de aprovarem a lei da co-adopção, não porque a considero excelente, excelente seria simplesmente todas as crianças deste país terem uma família feliz onde crescer em segurança, mas porque nenhuma família deveria ter de passar pela situação que a nossa está a passar.” É desta forma que Fabíola Cardoso se dirige numa carta aos deputados da Assembleia da República, onde relata a situação da sua família.

Fabíola Cardoso relata que é mãe de duas crianças com 9 e 11 anos de idade, fruto de uma relação lésbica. Estas crianças “têm crescido na realidade de uma família que em tudo as cuida, que sempre soube provir a todas as suas necessidades mas que não é reconhecida pelo Estado Português”. A activista conta que lhe foi diagnosticado, em Julho, um carcinoma invasivo da mama. Na sequência desse diagnóstico fez uma mastectomia no Hospital Distrital de Santarém, encontrando-se neste momento a fazer quimioterapia, da qual já resultou a necessidade de um segundo internamento hospitalar. “Foi a situação da minha doença que alterou profundamente a minha visão da situação dos meus filhos e me leva a escrever-vos hoje esta missiva. Fomos até agora, as duas, capazes de zelar sempre pela segurança e o bem estar dos nossos filhos, mas esta situação de doença veio abalar significativamente a aparente estabilidade e firmeza”, pode ler-se. Fabíola Cardoso apresenta várias questões aos deputados: “Que aconteceria aos meus filhos se eu tivesse morrido na mesa de operações? Conseguiria a sua outra mãe a tutela? Seria correcto, face a essa situação, sujeitar as crianças a um processo legal deste tipo? Que enquadramento legislativo teria um juiz para decidir a favor das crianças e da manutenção da sua família real?” A carta foi também publicada no site da ILGA.

 

7 Comentários

  • Pereira

    Será que quem aprova e rejeita as leis deste país lê estas notícias?
    Resta desejar toda a sorte e saúde do mundo à família linda da Fabíola.

  • José Soares

    Espero que a carta realmente chegue aos deputados… ou pelo menos que façam um esforço e que a leiam!
    Rápidas melhoras e muita força para que a família continue unida por muitos mais anos, são os desejos.

  • Anonimo

    Muita força nestes tempos conturbados Fabíola. Desejo-lhe tudo de bom a si e à sua família, obrigado por dar a cara pelas famílias arco-íris, é um exemplo a seguir!

  • Divagações ao Luar

    Fabíola Cardoso e família, obrigado pelo exemplo. Qualquer pessoa com o mínimo de discernimento compreende os vossos receios. Espero que ultrapassem rápido esta luta e possam, em breve, serem reconhecidos legalmente como a família que são.

  • ANONIMO

    Estás muito curioso, não? Também queres saber o que comem ao almoço de Domingo, por acaso?