a saber

Como as empresas de turismo estão a seguir o mercado LGBT

Os homossexuais são cada vez mais associados aos grupos de turistas que têm um consumo superior à média, o que leva a que sejam cada vez mais cobiçados pela indústria turística. Operadores, clubes de férias e festivais tentam propor uma oferta mais diversificada. Mas as mentalidades e o segmento de mercado evoluem cada vez mais para além do clichê das festas loucas.

Plano-Planta-V.35-CON-IBERIA-y-EXPOSITORES.jpg

Exemplo disso é uma dos maiores feiras de turismo do mundo, a FITUR, que decorreu em Madrid. Oito áreas foram reservadas para temas específicos, entre eles estava o turismo LGBT. Ao lado das tradicionais temáticas saúde e bem-estar, uma área da feira foi inteiramente dedicada ao turismo LGBT. Até a cidade de Badajoz levou à feira posters a promover as festas do Orgulho LGBT.

Segundo Juan Pedro Tudeal, director da empresa espanhola Diversity Consulting Internacional, “as estimativas indicam que os turistas homossexuais representam apenas 5 a 10 por cento dos turistas mundiais, mas eles gastam mais porque, geralmente, não têm filhos logo têm mais recursos disponíveis”, explicou ao Daily Mail. Thomas Bomkes, director da empresa alemã Diversity Tourism assegura que os turistas LGBT gastam “ainda mais quando eles se sentem aceites e acolhidos”.

Só o beach resort de Maspalomas, nas Canárias, recebe ao longo do ano três eventos de Orgulho LGBT ao longo do ano. Cada um gera 20 milhões de euros em receitas. A capital espanhola facturou cerca de 150 milhões de euros por ocasião das celebrações anuais de Orgulho Gay em Julho do ano passado. A receita financeira deverá ser ainda maior este ano, já que Madrid receberá o World Pride entre o final de Junho e início de Julho.

A Organização Mundial do Turismo sublinha que “mesmo sendo difícil traduzir em números os consumos, não se pode negar que os turistas LGBT representam um segmento dinâmico e influente no sector turístico”. A título de exemplo a Community Marketing & Insights, uma empresa de consultadoria, estima que o impacto económico anual dos turistas LGBT só nos EUA já representa mais de 75 mil milhões de dólares.

A maior feira de turismo de Portugal, a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), decorre entre 15 e 17 de Março. No entanto, até, ao momento, não tem prevista qualquer iniciativa associada ao target LGBT.

 

 

Fernando Santos

 

Publicidade: 

4 Comentários

  • Anónimo

    “Os homossexuais são cada vez mais associados aos grupos de turistas que têm um consumo superior à média, o que leva a que sejam cada vez mais cobiçados pela indústria turística.”
    Que estereótipo tão ridículo! A maior parte das pessoas LGBT vive em situações mais precárias que o resto da população. Esse mito da “minoria modelo” invalida completamente as experiências da comunidade LGBT, em que muitos não podem sair do armário precisamente devido a dificuldades económicas.

    “mas eles gastam mais porque, geralmente, não têm filhos logo têm mais recursos disponíveis”
    É com um salário mínimo de 550€/mês que as pessoas LGBT gastam mais? As pessoas bissexuais não têm filhos? Não há casais heterossexuais sem filhos?

    Que artigo da treta. Detecta-se o privilégio de classe à distância.

  • Ricardo Duarte

    Pois, pena que o turismo português ainda não capitalizou no potencial do turismo LGBT. Temos todas as condições. Outros países como a Espanha já se consciencializaram há muitos anos e estão a beneficiar do seu proveito.

  • Anónimo

    Quando é que você e o seu partido deixam de achar que o turismo LGBT alvo é o proletariado Português que vai ao Domingo de Chelas para a Caparica ou para Oeiras?

  • Anónimo

    Explique lá de que partido é que eu sou. É que no meu comentário não há qualquer referência a partidos políticos. E já agora explique qual é o seu partido. Há com cada um que ficava melhor calado…