É com grande perplexidade que vejo amigues LGBT a partilharem a energia igualitária do Papa Francisco post mortem. Papa Francisco foi sem dúvida o mais próximo que tivemos de uma voz da igreja católica menos opressora, o que saúdo, não respeito. Ser menos opressor não significa não ser opressor, ou seja, não significa de facto a base opressora da sua índole católica inquiridora e julgadora pronta a meter na forca de qualquer pelourinho mundial uma “bicha” assumida.
Na perspectiva de um crente, entendo e respeito que esse discurso seja apaziguador, o que não deixa de ser uma narrativa errónea para a maioria e sem pontes para pessoas bem resolvidas em 2025. Esclareço, caso precisem, que não encheu medidas nem apaziguou o trago amargo do copo de vinho que representa o sangue de Cristo (depende do grau amigas, há paróquias mais festivas que outras, dou essa de borla).
Papa Francisco aceitou a diferença desde que controlada, enviou em vida sem dúvida mensagens importantes da aceitação da diferença como tolerância. E o problema é esse mesmo, afinal o que há para tolerar na premissa em que somos todes iguais? Se somos todes iguais aos olhos de Deus o que há de errado para ter de ser tolerade? Confuse? Eu também! Desde a catequese! E é por isso que desde os meus tempos na infância da aldeia em que fiz a primeira comunhão, erradamente, me assumi no mesmo dia como agnóstico, assertivamente e com escândalo. Orgulho-me desse momento em casa e repetia o meu diploma cortado e rasgado. Que pena não haver redes sociais na altura.
Não se deixem enganar evitantes da razão, eu até aceito de bom grado uma pessoa democrática que consiga vislumbrar a diferença, não aceito que ela ou um colectivo de pessoas se assuma superior ao ponto de dizer que tolera a diferença, pois não há nada de errado na orientação sexual ou identidade de género para ser tolerado. Parem com essa charlatice de se dizerem modernas e serem antigas. Introduzo o som dos vossos posts “católicos”:
-Check- (som de necessidade de validação exterior de grupo opressor).
Aqui vai a legenda da verdade: “Parabéns pessoa LGBT, com este post que reivindica a tolerância ao que és ao invés de reivindicar a verdadeira intelectualização de seres igual!”
O meu conselho: procurem terapia!
A falta de empatia é grave e por isso não me atrevo a dizer que tolero a sua morte, como o próprio disse que tolerava a minha existência, digo por isso justificadamente e sem medos:
Para as falsas democratas sociais que se aceitem e para as falsas socialistas que honrem os seus programas políticos e não os desgracem em tão falsas declarações de memória.
Fascistas não passarão, que é como quem diz: Falsas, não passarão!
Entre LGBT’s PSD/CDS chorosas e LGBT’s PS pesarosas eu escolho as LGBT’s fogosas. Aquelas que, como eu, não têm medo de se assumirem como iguais, partes integrantes deste mundo e que sabem que como dele depender, nele também mandam.
RIP a quem morreu, não desejo a morte a ninguém, muito menos a alguém que aparenta ser simpático.
Mas não partilho para os likes e por isso digo:
Viva às bichas e para o orvalho com a vossa falsas premissas!
“chuák na patarékes biatáje!”
Dário Pacheco
3 Comentários
Francisco Coimbra
A Igreja esta em evolução, tal como a sociedade.
É facil falar quando não se é crente.
Porém para quem Acredita a mensagem do Papa Francisco representa para os crentes uma.grande evolução.
Talvez ja.nao.cheguemos.a ver uma.igreja inclusiva.de todas as almas.
Mas acredito que daqui muitos anos muitos beneficiarão deste inicio de abertura da igreja.
Respeito quem não acredita, mas como crente fico e sinto me contente combuma igreja em evolução e longe dos tempos das fogueiras.
Francisco
Anónimo
👏👏👏👏👏👏👏👏
Anónimo
Acredito sinceramente que o Papa Francisco era boa pessoa e não quis antagonizar a comunidade LGBT.
Este artigo é meio injusto se tivermos em conta que o Papa, ainda que chefe máximo da Igreja e com uma visão progressista da fé, está restringido e nunca poderá ultrapassar um livro: a Bíblia. Dito isto, os textos mais antigos do NT são as cartas de São Paulo, que antecedem inclusivamente os 4 evangelhos, e neles é claríssimo que as pessoas LGBT não são vistas com bons olhos. Já vi pessoas bastante criativas a tentar dar a volta, mas isto é demasiado claro para conseguir ser negado ou afastado até por um Papa:
“Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
E semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.”
Romanos 1: 26- 27
“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,
Nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.”
1 Coríntios 6: 9-10
Como ex-cristão, acho sinceramente que na Igreja Católica nunca haverá o grau de justiça para com as pessoas LGBT que é possível alcançar a nível quer social quer político. Faz parte das raízes dessa religião. É preferível que se opte por outra a ser-se masoquista tentando forçar o que não encaixa.
Seja como for, o Papa Francisco fez muito com o que tinha e podemos não o saudar, mas devemos no mínimo respeitar o esforço