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“E Se Fosse Consigo?” mostrou que ainda há homofobia entre os portugueses (com vídeo)

Depois do racismo, da obesidade e do bullying, ao quarto episódio do programa “E Se Fosse Consigo” o centro das atenções foi a homofobia. O programa das noites de segunda-feira da SIC, que quer confrontar os portugueses com os seus preconceitos, apostou numa encenação entre dois casais de pessoas do mesmo sexo que trocavam afectos numa paragem de autocarros enquanto eram insultados por uma mulher.

 

Se nos episódios anteriores as pessoas que assistiam à encenação não intervieram ou então decidiram apoiar as vítimas de preconceito, neste caso a troca de afectos entre pessoas do mesmo sexo em público serviu para tomar o pulso à homofobia que existe na sociedade portuguesa. “Não concordo com a homossexualidade. O homem e a mulher foram feitos um para o outro”, “É feio mas não sou contra”, “É contra-natura” e “Essas intimidades façam dentro de quatro paredes” foram algumas das frases ouvidas. Mesmo assim, houve quem apoiasse os jovens e defendesse que tinham direito a expressar publicamente os seus afectos.

“E Se Fosse Consigo?” grava as reacções dos presentes que não sabiam que estavam a ser filmados. Depois pergunta porque (não) se insurgiram. O programa integrou também vários depoimentos. Entre eles estavam os casais MP e Bárbara e Pedro e Lorenzo e Hugo Gonçalves e os pais, que apresentaram uma história de aceitação comum à de tantos jovens (na foto). A AMPLOS, pela primeira vez, abriu portas das suas reuniões às câmaras de televisão. Um dos casos apresentados no programa foi o de Bernardo Amaral, um jovem açoriano vítima de rejeição familiar por ser homossexual. Bernardo fez um vídeo em que alerta para a consequências que o bullying pode causar nos jovens.

Participa no debate que o dezanove.pt vai promover a 17 de Maio

12 Comentários

  • Senhor Anónimo

    O ‘ainda há’ do Dezanove é simpático. Há muita. Diria que, para Portugal ser igual ao Leste, só lhe falta a violência porque há cobardia. Basta ir à bola, ler as caixas de comentários dos jornais ou as páginas e grupos de indignados no Facebook, para perceber que, quando o sujeito é ruim, é ‘paneleiro’ e devia levar com objectos colossais, em brasa ou não, no ânus.
    Como ficam as experiências sociais de Lorenzo & Pedro em Lisboa e no Porto? Não ficam. $ão $ó víd€o$ fofinho$.

  • João Miguel Gomes Delgado

    Foi de longe o melhor programa de televisão feito em Portugal sobre este tema.
    Tanto a jornalista Conceição Lino como toda a equipa de produção e interveniente estão de parabéns.

    A experiência social foi muito bem realizada, e deu para ver que já há pessoas que não tem problema e defender e intervir em caso de violência e insulto, mas infelizmente essa foi a minoria dos casos.
    Deu para haver que a homofobia ainda esta muito enraizada na sociedade,e esta ainda é muitas vezes aceite socialmente, muitas vezes esta existe disfarçada de falsos valores morais, e que muitas vezes esta está mais “escondida”, as pessoas não querem ser conotadas como homofóbicas, mas não deixam de trocar olharas de gozo, de reprovação e de incomodo, não deixam de de achar que nos não temos o direito de andar livremente na rua de forma natural, chegou ao ponto de haver uma senhora que se pos ao berros a dizer que isso era atentado ao pudor e que podia chamar a policia e fazer queixa por eles estarem ali namorar e aos beijos, quando os rapases estavam só estavam de mão dada e aos abraços.
    Foi engraçado ver quando as pessoas foram confrontadas, estas tentaram ficar bem na figura e tentam disfarçar a sua homofobia, e a tentar arranjar desculpa para a sua atitude.

    Gostei muito de ver a entrevistas, forma bons exemplos de varias realidades de varios tipos de reacções por parte das famílias.
    A presença da amplos foi muito boa e muito importante, para tentar de alguma forma tentar sensibilizar alguns pais, e mostrar que é pocivel terem orgulho e e defender o vosso filho:

    Gostei também do debate no final do programa, mais uma vez a AMPLOS e a ILGA estiveram muito bem, e o testemunho do André foi muito bom para exemplificar um caso extremo de rejeição por parte da família. Foi um debate muito pedagógico, educativo e muito bem conduzido que da para reflectir bem sobre este tema

  • Francisco

    Gostaria de notar, e se não estou em erro, que a maioria das pessoas que reagiram mal não eram propriamente jovens. Não estou a dizer que não há homofobia nas gerações mais novas mas creio que à medida que as gerações se “renovam” o cenário tenderá a ser melhor. De resto, é um dos aspectos positivos da morte, a evolução da Humanidade. (Não vou dizer do Homem, não vá ofender os representantes da 3ª vaga feminista).

    E discordo totalmente da comparação do Senhor Anónimo entre Portugal e o Leste. A cultura, a História, o ambiente político e a Igreja dominante são diferentes. As caixas de comentários dos jornais e os estádios de Futebol não são propriamente o melhor espelho/retrato do país.

  • Anónimo

    “não vá ofender os representantes da 3ª vaga feminista”
    Fico na dúvida se isto é um comentário misógino ou não.

  • a

    Honestamente, onde assisti mais homofobia e transfobia até hoje foi com as gerações mais novas.

  • Anónimo

    “Fico na dúvida se isto é um comentário misógino ou não”
    E eu não tenho dúvidas que andas aqui a mando do BE e és uma mulher.

  • Anónimo

    Ainda há quem acredite que a câmara dos vídeos do Lorenzo estava escondida…?
    Também não acreditam que houve montagem e as cenas más foram para o lixo?
    O Portugal real é o que se viu nesta paragem e o Portugal fictício é o do vídeo do Lorenzo

  • Anónimo

    Depois de ver este programa, depois de ver o tal vídeo de LeP e depois de ler os comentários deste blog, só me ocorre um pensamento: este país é mesmo uma grande palhaçada.
    Sorte a de quem teve o bom senso de sair daqui enquanto era tempo…

  • Anónimo

    Com tanto preconceito na comunidade GGGG misógina, xenófoba, transfóbica e polifóbica, o que esperar da maioria da população? Inclusive vi um comentário cujo único “argumento” era “és uma mulher” pelo que me pergunto se o dezanove está a tentar reproduzir o ambiente dos anos 60. Depois de ler esse comentário para mim a credibilidade do dezanove, que já era pouca, desapareceu completamente.

  • Anónimo

    Não acho que a câmara estivesse escondida. Mas que a experiência de Lorenzo e Pedro não passa de evidência anedótica, com isso concordo.