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Editor da secção Gay da Time Out Lisboa afastado

Bruno Horta, colaborador permanente e editor da secção Gay da revista Time Out Lisboa, foi afastado depois de ter solicitado o pagamento de uma avença em atraso à direcção da revista.

O afastamento foi revelado através de um comunicado do Sindicato de Jornalistas, que assegura que o processo está relacionado com o pagamento de uma avença em atraso. Contactado pelo dezanove.pt, Bruno Horta não quis comentar o sucedido. Já a direcção da Time Out Lisboa não respondeu em tempo útil.

Segundo o Sindicato de Jornalistas, que não refere o nome de Bruno Horta, “no início deste mês, o jornalista constatou que a avença mensal que lhe era devida não tinha sido paga pela empresa proprietária da revista [Time Out International] e, face a este atraso, decidiu solicitar esclarecimentos à administração, através de correio electrónico”, sublinhando que o jornalista estava “bem ciente dos seus direitos laborais, por pertencer quer à direcção do Sindicato de Jornalistas, quer ao grupo ‘freelancer’ da Federação Europeia de Jornalistas”.

Depois de Bruno Horta ter solicitado a intervenção da Federação Europeia de Jornalistas para pressionar para a regularização da dívida em causa, “o jornalista foi informado de que a sua relação contratual com a revista Time Out Lisboa tinha terminado, com efeitos imediatos e definitivos”, detalha o comunicado. A dispensa do jornalista terá sido feita, segundo o Sindicato, por Ricardo Dias Felner, director da Time Out Lisboa, numa esplanada de um café, “numa conversa sobre ‘a questão dos e-mails’ na qual o director afirmou estar a cumprir ‘ordens inegociáveis’ dadas pelo presidente executivo do grupo Time Out [Júlio Bruno]”. O Sindicato de Jornalistas faz também saber que “repudia a conduta, que reputa inaceitável, por parte da administração da revista Time Out Lisboa”, considerando a dispensa de Bruno Horta como uma “represália” relacionada com o pedido de pagamento da avença em atraso.

A organização sindical, segundo o comunicado, apresentará ainda “um apelo formal à Federação Europeia de Jornalistas para que intervenha, com urgência, neste caso tão paradigmático dos graves atentados aos direitos laborais e sindicais, que, lamentavelmente, ainda se verificam, em pleno século XXI”, para além de prestar “o apoio jurídico necessário para garantir a defesa do seu associado”.

Recorde-se que o Grupo Time Out comprou em Novembro último o franchising das revistas Time Out Lisboa e Time Out Porto, até aqui detido pela empresa Capital da Escrita. Na sequência desta mudança, João Cepeda, director das publicações, cedeu o lugar a Ricardo Dias Felner, até então director-adjunto, para “aceitar outros desafios”, segundo o último editorial assinado pelo jornalista. A secção Gay da revista foi assegurada na edição desta quarta-feira pela jornalista Clara Silva, ex-jornal i.

 

Pedro Garcia

8 Comentários

  • Filipe

    Se calhar queriam que ele saísse mas não tinham coragem de lhe dizer… isto acontece muito nas empresas portuguesas…

  • Pereira

    Este comentário ou é de um alien (o problema da ignorância – ou ignorãncia como alguém bitaitava há umas postas atrás – ficava resolvido se tivesse lido a notícia) ou então tem carácter depreciativo e é uma pena.

    Saberá o crítico comentador Anónimo (porque será que são sempre os anónimos a deitar abaixo??? Mas agora não tenho tempo de dissertar sobre isso) que deve muito ao Bruno Horta e a outros jornalistas? Se calhar nem sabe. A começar pela informação que lhe lhe chega às mãos quando compra um jornal ou uma revista. Uma pessoa não deve ser dispensada por querer saber o que se passou com o seu salário. Pense nisso.

  • Miguel S.

    Faço a minima ideia de quem é o senhor mas se era ele que editava a secção gay da Time Out e foi dispensado, só pode ser coisa boa porque aquilo andava ao Deus Dará com artigos ou que não tinham interesse ou eram claramente encomendados. Quanto à nova editora, é como diz o Tiririca: “pior do que tá não fica”.

    PS: não vejo qual a relevância noticiosa deste despedimento que acaba por não ser despedimento porque o senhor trabalhava a recibos verdes

  • Anónimo

    Eu também não sei quem é Bruno Horta. Acho que devia acalmar-se e beber um chá antes de ser agressivo e interpretar o desconhecimento sobre alguém como querer deitar essa pessoa abaixo. Foi uma simples pergunta, não foi um ataque. Relaxe.

  • Anónimo

    A ver se percebo isto.
    O tipo era freelancer na Time Out, ou seja, nem sequer era empregado. Enviou um e-mail à administração a perguntar pelo guito da avença que estava atrasado e logo aí ameaçou com sindicatos e Federações e o catano. Não era mais sensato ir aos recursos humanos perguntar o que se passava ou enviar um e-mail sem ameaças à administração?
    Acho que a história não está toda contada e há aqui algo na manga que nem o próprio nem ao sindicato interessa contar.
    Nota: também não sem quem é o Bruno Horta e em resposta a um comentário acima, esclareço que uma avença não é um salário e pergunto porque é que devo muito a este e a outros? Por escrever artigos sobre a abertura de bares gay? Tem juízo pá!

  • Andreia

    Não conheço os detalhes do despedimento, mas tendo a prestar solidariedade com as pessoas que perdem empregos até prova em contrário.
    Quanto ao comentário de Pereira, acho que se descontrolou um pouco. Bruno Horta poderá ter muitas qualidades, mas enquanto jornalista foram muitas as vezes que deturpou afirmações que lhe foram feitas. Era conhecido em certo meio LGBT por isso e várias pessoas diferentes relatavam histórias semelhantes. Não era bom profissional, lamento, e como tal não sinto que lhe deva absolutamente nada. Foi apenas um jornalista que soube aproveitar este nicho da time out. Quanto aos últimos artigos, desconheço se eram comprados ou não – há muito que tinha deixado de ler a revista.

  • Anónimo

    É incrível o chorrilho de asneiras que se escreveram acima. Se não conhecem as situações calem-se. Caso não saibam os atrasos de pagamento na Time Out eram/são frequentes e isto foi uma gota de água numa revista que ainda há pouco tempo despediu gente da redação por alegadamente serem demasiado reivindicativos e opinarem demasiado sobre o rumo e os conteúdos da revista. Sim, isto passa-se em pleno séc. XXI!