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Eurovisão 2019 - Estética queer em quatro canções

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Como sempre na Eurovisão, o elemento LGBTIQ+ é indissociável e faz parte do festival desde que há memória. 

Dois dos momentos marcantes - do que tem vindo a ser um “coming out” progressivo na  história do festival - foram a vitória da artista transgénero Dana International (Sharon Cohen) em 1998 e, mais tarde, em 2014, a vitória de Conchita Wurst (Thomas Neuwirth).

A Eurovisão enquanto plataforma mundial artística (e não só), foi fundamental para ambas artistas e por dar visibilidade à temática trans, até agora, tradicionalmente ocultada, em forte oposição à heteronormatividade e LGBTIQ+fobia.

Estamos a menos de um mês da final a 18 de Maio em Telavive e todas/os os artistas e canções já são conhecidos. Que novidades LGBTIQ+ temos este ano? Vamos ver quatro, país a país.

 

França – Talvez um dos artistas queer mais conhecidos este ano é o cantor francês Bilal Hassani com a sua canção “Roi” que trata da auto aceitação.

Bilal é publicamente assumido como homem cis gay e já participou no programa The Voice Kids, em França, onde cantou a canção de Conchita Wurst, Rise Like a Phoenix. Apesar de não ter ganho, Bilal continuou a fazer música e a criar o seu próprio canal no Youtube, com mais quase um milhão de seguidores, mais de meio milhão no Instagram e 155000 no Twitter.

O percurso de Bilal, não tem sido fácil desde que ganhou Destination Eurovision (programa de selecção para determinar a canção que representa o país na Eurovisão). Bilal tem sido alvo de intenso abuso homofóbico e xenófobo. Os seus críticos (abusadores) descreveram-lhe como “um árabe de peruca” por ser de ascendência marroquina.

 

República da Macedónia do Norte – Embora a Macedónia do Norte (nova designação da antiga República da Macedónia), não ser um país que habitualmente seja associado à igualdade LGBTIQ+, este ano é representada por uma canção chamada “Proud” (orgulhosa/o) que alude bastante claramente ao orgulho LGBTIQ+, em oposição à vergonha. A canção é interpretada por Tamara Todevska e apresenta um vídeo exclusivamente feminino fomentando a identidade e positividade de corpo/imagem.

Portugal – Conan Osíris (Tiago Miranda), apresenta-nos “Telemóveis”. Conan Osíris dificilmente se enquadra em qualquer tipo de definição. Tem um estilo muito próprio e pouco convencional, mas de forma mais aberta à interpretação. Conan Osíris já trabalhou numa loja de venda de produtos eróticos , vulgo sex shop, o que traça um paralelo com o seu estilo de estética não heteronormativa. Não se enquadra em nenhum tipo de estilo, sendo mais facilmente descrito com um “não” usado antes de qualquer adjectivo, do que propriamente por qualquer critério. Deixa tudo em aberto a nível de orientação sexual e género. E ainda bem. Recomendamos uma ida ao delicioso e original Instagram do Conan: https://www.instagram.com/conanosiris/

 

Islândia – Hatari é a banda escolhida para representar a Islândia. Hatari também rompe com todas as convenções musicais, assemelhando-se a um espectáculo erótico longe do que se pode chamar family-friendly.  A estética de Hatari encontra-se num cruzamento entre o demónico e o homoerótico, com escravo sexual submisso e tudo! Rompem com qualquer tipo de normatividade apresentando um espectáculo que faria algumas mães e/ou pais, taparem os olhos a qualquer menor que estivesse presente na sala. A música em si assemelha-se a metal com fortes influências externas.

A banda já exprimiu o seu apoio pela causa palestiniana no passado o que levantou algumas suspeitas sobre a realização dum protesto durante a actuação em Telavive reporta o Times of Israel.

 

Ricardo Duarte

Fotos: Eurovision