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Eurovisão: Um Ano Não Binário

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Estamos a menos de um mês do início da semana da 68ª edição do Festival Europeu da Canção. A última edição marcou a segunda vitória da cantora bissexual sueca Loreen, que venceu o festival em Baku no Azerbaijão, em 2012, e a edição celebrada em Liverpool no ano passado. À semelhança de 1992 e 2013, o festival da Eurovisão realiza-se pela terceira vez na cidade sueca de Malmö, no sul da Suécia.  

 

Não é surpresa que haja uma presença LGBTI+ significativa na Eurovisão, por ser um espaço aberto e livre para todas as pessoas, independentemente da identidade de género ou orientação sexual. A longa história de presença LGBTI+ no festival, que nem sempre foi óbvia, remonta à edição de 1966, ano em que o Luxemburgo levou uma canção em língua francesa intitulada “Nous les amoureux” (Nós os amantes). Maurice Vidalin, escritor da letra, revelou mais tarde que a canção é sobre uma relação entre dois homens. 

 

Neste seguimento, vamos conhecer alguns dos artistas queer a representar os seus respetivos países nesta 68ª edição. 

 

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No programa do festival deste ano, estão presentes vários artistas que se identificam como queer. Começando com a Bélgica, temos o cantor Mustii, sobre quem já foi escrito um artigo no dezanove.pt em 2023. Mustii é um cantor belga, francófono, bastante conhecido no mundo francófono, tendo sido também júri e cantor na gala “Drag Race, Belgique”. A canção que apresenta este ano, "Before the Party’s Over", pode ser descrita como uma "power ballad".

 

 

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O Reino Unido envia um artista estabelecido, Olly Alexander, o vocalista da banda Years & Years. Para além de se assumir abertamente como pessoa queer, a sua personalidade extravagante deixa claro o seu compromisso, citando: “prometo representar o meu país da forma mais gay possível.” Inicialmente indeciso sobre boicotar ou não a Eurovisão, devido à participação de Israel, Olly acabou por declarar que, em prol da paz, acredita no espírito unificador da música. O cantor representa o Reino Unido com uma música chamada “Dizzy”, uma canção pop melódica.

 

 

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A Irlanda está representada por Bambie Thug, que apresenta um estilo musical bastante particular e autointitulado como “ouija pop”, numa alusão à sua imagem gótica. A canção proposta chama-se “Doomsday Blues” e destaca-se estilisticamente da maioria das 37 canções representadas este ano na Eurovisão. 

Bamby Thug identifica-se como uma pessoa não binária e usa os pronomes “they/them” para se descrever. Afirmou à Pink News que, ao assumir-se como pessoa não binária, sentiu-se livre para expressar o seu estilo musical próprio e ser genuinamente quem é.




Nemo

Outra pessoa que se identifica como não binária é Nemo, em representação da Suíça, com a sua canção “The Code” (O Código), uma canção sobre a identidade de género, saúde mental e encontrar o seu lugar no mundo. É comum ver Nemo a desafiar expectativas de género, nomeadamente ao ter usado um vestido durante a Eurovisão de Madrid. Mesmo no vídeo da canção The Code, há uma transição notória entre o vestuário tradicionalmente masculino até ao vestuário tradicionalmente feminino, que Nemo não parece esconder.

 

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Espanha está representada pelo duo Nebulossa, uma banda electropop que leva as cores espanholas à Eurovisão. A canção “Zorra” fala da reivindicação de uma mulher que já não é nova do termo “zorra”, que em português se pode traduzir por galdéria. É assim uma celebração do bem estar, da liberdade de ser dona de si própria sem remorsos e da felicidade de ser autenticamente si própria. A cantora principal, Maria Bas, é acompanhada por dois bailarinos vestidos de corpete, criando um espetáculo que irradia confiança e poder feminino.




 

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Finalmente, a artista portuguesa Iolanda merece também destaque pelo apoio que demonstra à nossa comunidade. A Iolanda é a vencedora deste ano do Festival da Canção em Portugal, com a canção intimista e pessoal “Grito”, que fala de saúde mental. Na noite de 9 de março, enviou uma mensagem carinhosa a toda a comunidade queer e não só. Em entrevista na festa da Eurovisão de Madrid, voltou a falar das pessoas queer na sua vida. Obrigado Iolanda e muito êxito em Malmö. 

 



Ricardo Duarte 

Fontes: bbc.com, eurovision.tv, thepinknews.com, esctoday.com

Fotos: eurovision.tv

 

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