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Extrema Direita volta a ameaçar Mariana Jones, autora do livro “O Pedro gosta do Afonso”

o pedro gosta do afonso

No passado Sábado, por ocasião da apresentação do livro “O avô Rui, o senhor do Café” em homenagem a Rui Nabeiro, na Fnac do NorteShopping, a escritora Mariana Jones foi alvo de intimidação e ameaças por parte de elementos do grupo de extrema-direita “Habeas Corpus”, relacionadas com outro livro da sua autoria “O Pedro gosta do Afonso”. Encabeçadas pelo seu líder, o ex-juiz negacionista Rui Fonseca e Castro (recorde-se, foi expulso da sua actividade pelo Conselho Superior da Magistratura, por incentivar nas redes sociais, nessa qualidade de juiz, entre outros, à violação das regras sanitárias relativas à pandemia da covid-19), estas pessoas interromperam a sessão, assediando a escritora, chamando-a de “promotora da homossexualidade infantil e pedofilia”.

 

Mariana Jones viu o seu número de telefone divulgado nas redes sociais bem como uma fotografia da sua filha bebé, acompanhada por frases como “esta também é lésbica?”. Noutras publicações a escritora é chamada de “animal”, que é uma “técnica de recrutamento homossexual infantil” ou ainda que é uma “escritora medíocre que encontrou uma forma de ganhar dinheiro com conteúdos de natureza homossexual para crianças”.

 

Recorde-se que nesta última edição da Feira do Livro de Lisboa, aquando da apresentação da obra – que conta a história de um rapaz, assolado pelas dúvidas normais na sua pré-adolescência, na relação ambivalente que tem com um amigo – já a escritora tinha sido alvo de ataques e ameaças por outro membro do mesmo grupo extremista, Djalme dos Santos. Mariana Jones apresentou queixa na PSP no início deste mês, após ter reunido todas as provas de ameaças e intimidações que tem sofrido desde Outubro passado nas redes sociais. Face à gravidade da situação, a escritora passou a viver com o estatuto de vítima e o caso foi encaminhado para o Ministério Público.

 

 

Pedro Marques

5 Comentários

  • M A Santos

    Não percebo como é que uma pessoa que já foi atacada em público por esta seita, pode voltar a ser atacada – mesmo depois de um pré-aviso da visita do inenarrável ex-magistrado, que a assedia em toda a impunidade! As forças da ordem não existem para manter a ordem e a segurança dos cidadãos? Difícil acreditar que estamos num país livre, quando uma autora é fisicamente impedida de levar a cabo a apresentação de uma obra que, desta feita, nem sequer é minimamente polémica!

  • Anónimo

    Está a acusar alguém em concreto? Tem provas das acusações que faz ou está a incorrer no crime de difamação?