a saber

Já abriu o alojamento gay “trendy and fun” de Lisboa

Nada ficou deixado ao acaso no projecto do Gay Urban Resort de Carlos Sanches Ruivo, o “The Late Birds Lisbon“. Todos os pormenores da recuperação de um antigo edifício lisboeta foram pensados para o transformar numa unidade de alojamento moderna e dotada de conforto, luminosidade e serviços dirigidos, em exclusivo, ao público homossexual.

A mais recente guest house lisboeta, fica localizada no Bairro Alto, e tem serviços personalizados. A assinatura do projecto coube ao arquitecto Pedro Domingos. “O nosso público alvo são os homossexuais masculinos”, declara Carlos Sanches Ruivo. “Aliás, o nosso site vai ser muito claro em relação a isso e um casal heterossexual vai perceber”, diz o proprietário, ao mesmo tempo que reforça o posicionamento: “Somos contra a discriminação, apenas estamos a trabalhar especificamente para um público-alvo.”

Depois de uma soft opening, período para acertos relativos ao funcionamento, a guest house entrou em regime de cruzeiro e já oferece, para além das estadias, serviços de brunchs e de bar aos seus hóspedes. Já há algumas reservas para todo o ano e de várias as partes do mundo. Há até quem pense atravessar o Atlântico para vir a Lisboa casar e ficar com toda a guest house em exclusivo. A informação é dada em primeira mão ao dezanove.pt. Carlos Sanches Rodrigues explica a opção pela designação “Late Birds”: trata de “um grupo de pessoas que está sempre junto e vai sair até muito tarde: nós somos assim”. E continua: “Este conceito está também associado ao número 12 que, por casualidade, é o número de quartos da guest house, e a palavra ‘birds’ associa-se inevitavelmente ao corvo de Lisboa”.

“Este é essencialmente um projecto pessoal idealizado para ser ‘trendy and fun’ e que vem na sequência de um sonho de ter algo deste género em Lisboa e que respondesse a pedidos de grupos, como se uma família ou equipa se tratasse”, diz o dono que viveu em França e está agora radicado em Lisboa. Em função da época e da tipologia dos quartos e das suites, os preços variam entre os 100 e os 200 euros, com pequeno-almoço buffet incluído. Os pequenos-almoços são servidos a qualquer hora do dia, porque os hóspedes “depois de uma festa vão-se deitar tarde e não vão ter a preocupação de acordar a horas do pequeno-almoço porque ‘vão sempre a tempo’”.

the late birds lisbon.jpg

“Queremos ser a referência em Lisboa para o público gay. Um homossexual que venha de férias a Lisboa vai querer ficar no Late Birds Lisbon”, reforça Carlos, que aponta particularidades como roupões desenhados para os hóspedes, preservativos em todos os quartos, mobiliário de design, obras de artes ou zonas de lazer como um ‘sun deck’  junto à piscina. São apenas peças de um puzzle chamado oferta que Carlos e o companheiro Duarte querem disponibilizar aos turistas homossexuais que visitam Lisboa. Uma experiência em carros antigos, num veleiro ou idas a festas são outras ideias complementares. A rematar, o responsável informa que “entre reservas de hóspedes, festas e eventos, estamos receptivos às parcerias com os grandes eventos de Lisboa, como é o caso do próximo Pitch Beach 2015 [organizado pelos BJWHF Sports Club e que se realizará entre 16 e 18 de Julho] do qual o The Late Birds Lisbon será parceiro oficial, oferecendo descontos aos participantes que escolham a guest house. Uma parte da estadia reverte para apoio do clube”.

6 Comentários

  • Anónimo

    Faço votos de sucesso aos proprietários mas não posso deixar de fazer dois comentários sobre aquilo que são dois vícios péssimos da nossa sociedade:
    porque razão um edifício antigo ficou com aspeto plastificado e pseudo-design e não se fez uma recuperação criteriosa do edifício? Nesse aspeto este espço é mais um, sem imaginação e completamente autista.
    porque razão é que qualquer loja ou negócio que abre tem de ter nome em inglês? a língua portuguesa não é suficientemente rica?

  • Anónimo

    Concordo com a questão da possibilidade de recuperação do edifício.
    Quanto ao nome em inglês não me choca. Não percebo a esta birra com os nomes em inglês. Sim, a língua portuguesa é uma das mais ricas do mundo mas, pela sua complexidade, não teria o mesmo impacto num dos públicos alvo do negócio (deste ou de outro que abra ou seja lançado).
    Infelizmente não se sobrevive neste país tendo apenas público português. Seja qual for o nome, desejo o maior sucesso a esta iniciativa. Força!

  • Anónimo

    Não se trata de birra nenhuma. O que me aborrece é que nós portugueses sempre nos achamos muito urbanos e cosmopolitas e pensemos que por um negócio ter nome em inglês faz deles um conceito novo e apelativo. Essa é uma pequenês que não é só de espirito, mas também de educação. Vai-se a cidades altamente turísticas como Roma ou Paris e não se vê este tipo de corrente o que deixa o argumento do "impacto num dos públicos alvo do negócio" por terra. Alías, eu que trabalho com estrangeiros oiço precisamente os comentários de estranheza, como se pensassem: "vocês não têm língua e culturas próprias"? É que para ir a um sítio que se chama "late birds" vou onde seria genuíno… como Reino Unido!
    Mentalidade tacanha com mania de grandezas.

  • manuel rodrigues

    gostava de saber a definição de estilo-pseudo-design, e se a mesma parte de algum registo/edifício específico (ou se o comentador já conhece o espaço em questão)

    PS se chamar à minha loja ABCDE382 estarei a respeitar mais a lingua portuguesa ou será um outro estrangeirismo?

    Manuel Rodrigues

  • Filipe Fernandes

    Em primeiro lugar quero dar os parabéns pelo projecto e pela ideia concretizada, no fundo acho que é isso o mais importante. Discussões à parte, haverá sempre quem seja defensor do que é nosso e haverá sempre quem seja mais contemporâneo (acho que isto é um estilo muito usado lá no “Querido Mudei a Casa”). No entanto ambos têm bons pontos de vista. Mas não nos podemos esquecer de uma coisa, vivemos numa aldeia global, é natural que sejamos influenciados pelo que está à nossa volta, cabe-nos ser originais e pensar “Out the box” ou ser uma Maria vai com as outras. Acima de tudo, respeito.

  • Antonio Serzedelo

    Acho excelente que apareça um sitio destes em Lisboa,numa zona muito frequentada pelo homossexuais masculinos.
    Nao entro nessa controversia do nome em inglês, pois Lisboa está cheia de negócios com nomes anglo saxonicos.
    O importante é que as instalações tenham dignidade, os preços estejam ao nível das bolsas das pessoas que nos visitam,e possa ser até um local de referencia e de orgulho para Lisboa,e para o gays em particular.
    Talvez la passe um dia para ver o local, e o poder recomendar por o conhecer, se evidentemente, me deixarem ver,como qualquer cliente.Boa sorte para os empreendedores deste projecto turístico na cidade.Parabens!
    Antonio Serzedelo,presidente da Opus Gay