Jorge Salavisa, de 72 anos e ex-director do Ballet Gulbenkian, da Companhia Nacional do Bailado e do Teatro São Luiz, assume a sua homossexualidade na autobiografia “Dançar a Vida”. A obra será apresentada na próxima segunda-feira, dia 7, às 18.30 no Teatro São Luiz (Lisboa).
“Não há referências a uma única relação amorosa, apenas coisas que me formaram como pessoa e artista”, explicou em entrevista à Time Out Lisboa. “Preferi não entrar em detalhes, porque as memórias mais privadas não têm interesse para ninguém a não ser para mim.” “Acho que as pessoas escondem muito da vida e há coisas importantes que é preciso dizer. Preferi escrever com coragem, sem escamotear nada, embora esta informação seja irrelevante nos dias que correm”, ressalvou.
O livro de 314 páginas contém poucos elementos sobre a vida pessoal do autor. A Time Out Lisboa publicou alguns excertos do livro. “Entre o numeroso grupo de amigos dos meus pais havia um que não era casado, Vasco. ‘O Vasco é maricas’, foi o comentário que um dia chegou aos meus ouvidos sempre atentos. Eu sabia que também era um Vasco, pois só os rapazes me atraíam fisicamente. Na inocência dos meus cinco anos, essa descoberta em nada me perturbou”, pode ler-se na página 25. Mais à frente conta: “Gradualmente, comecei a fazer amigos com quem ainda hoje privo; travei conhecimento com alguns jovens homossexuais que, para grande surpresa minha, eram pessoas normalíssimas, com uma postura muito masculina, completamente o oposto do meu modelo de homossexual até então, o ridículo Vasco das Caldas da Rainha.” A fechar a obra, uma confissão: “Poderia ter sido o fiel e dedicado companheiro para a vida de um só indivíduo. Todavia, a paixão pela minha carreira, a natureza do meu trabalho e as circunstâncias da minha vida fizeram de mim aquilo que sou hoje: um homem só.”
Já no ano passado tinha estreado o documentário “Jorge Salavisa – Keep Going”, de Marco Martins, dedicado à vida e obra do bailarino, professor e director artístico.
Um Comentário
Anónimo
Mas que grande novidade, não só é como também se rodeia de elementos do clube em ambiente de trabalho….Escolhe-os "a dedo".É este um dos problemas dos homos-afastam os heteros e escolhem para colaboradores os do seu género apenas.Foi o que aconteceu quando esteve no S. Luiz (teatro).Aliás nos meios televisivos são imensos…Até parece que ser gay é condição necessária e suficiente para ser funcionário de canais televisivos…! Chega de discriminação…!Heteros de novo ao poder!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!