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Livro das revelações de Saraiva transforma-se num caso político

Pedro Passos Coelho continua a ser criticado por vários quadrantes por manter a decisão de apresentar o novo livro de José António Saraiva no próximo dia 26 de Setembro, no El Corte Inglés em Lisboa. O livro “Eu e os Políticos”, que relata as inconfidências de 42 políticos e figuras públicas, abrange nomes como Durão Barroso, Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva e Paulo Portas.

 

Uma alegada conversa privada entre Miguel Portas, entretanto falecido, e o antigo director dos jornais Sol e Expresso sobre o irmão Paulo Portas tem estado no centro das atenções, servindo para que José António Saraiva exponha a orientação sexual do líder do CDS. Como escreveu o comentador Daniel Oliveira no Facebook: “Um dos assuntos que refere tem a ver com Paulo Portas e supostas dificuldades que este viria a ter, por causa da sua vida pessoal, em afirmar-se no CDS. Para além da indecência de divulgar um diálogo com esta sensibilidade quando o Miguel não está cá para o desmentir ou confirmar e quando não há qualquer outra testemunha, usa alguém que morreu para, por essa via, fazer considerações sobre a vida pessoal do seu irmão, que está bem vivo. Considerações que duvido que o Miguel tenha feito com alguém de quem não era amigo próximo e que mesmo que o fizesse nunca permitiria que fossem públicas”.

A jornalista Fernanda Câncio, também visada no livro de José António Saraiva, considerou em artigo publicado no Diário de Notícias que “nunca antes, à excepção de um episódio com imagens vídeo de sexo dadas à estampa há 30 anos, se foi tão longe na deliberação da devassa gratuita da intimidade, sem outro objetivo que não o de devassar, ferir e lucrar com isso”. “Há naquele livro revelações sórdidas sobre pessoas que desprezo, que desconsidero, que acho até execráveis. Mas nisto, aqui, quero estar, estou, do lado delas. Neste combate, estarei sempre do lado de quem é exposto na sua intimidade, enxovalhado, de quem vê palavras suas em alegadas conversas privadas reproduzidas para lucro”, sublinhou Fernanda Câncio.

Apesar da onda de indignação, Passos Coelho mantém a posição de se associar ao lançamento do livro. “O arquitecto José António Saraiva convidou-me para me associar ao livro que ia fazer e respondi que sim, mesmo antes de conhecer a obra e aceitei fazê-lo. Não sou de voltar com a palavra atrás nem de dar o dito por não dito. Estarei a fazer a apresentação dessa obra”, declarou o líder do PSD, citado pela TSF.

Entretanto, comentadores da área da direita estabeleceram o paralelismo entre o a obra de Saraiva e o livro “Homossexuais no Estado Novo”, de São José Almeida e que foi publicado em 2010. No blogue Insurgente Maria João Marques assegura que a jornalista São José de Almeida “fez o mesmo” que Saraiva. “Escreveu um livro onde exibe a homossexualidade de pessoas que já morreram, outras ainda não (tal como JAS), que nunca assumiram essa orientação sexual e que não mandataram (certo pelo menos no caso dos mortos) jornalistas de esquerda para lhes vasculhar assuntos de cama. As informações que revela obteve-as muito por confidências de terceiros que se mantêm anónimos”, refere. A também colunista do Observador dá como exemplo o caso de Pedro Feytor Pinto, responsável pelo Secretariado Nacional de Informação e ainda vivo, que terá visto a sua orientação sexual exposta no mesmo livro. A mesma argumentação contra o livro “Homossexuais no Estado Novo” foi seguida por Alberto Gonçalves no DN, este Domingo: “Repleta de fontes protegidas e de nomes escancarados pelas fontes, esse monumento ao voyeurismo e à falta de escrúpulos dedica-se a inventariar – ou talvez a inventar – dezenas ou centenas de homossexuais que nunca o assumiram”, escreveu.

 

6 Comentários

  • Anónimo

    Este homem devia estar preso há muito. Como se não bastasse todo o discurso de ódio através do seu jornal da treta, ainda expõe a vida privada de terceiros. Saraiva na prisão!

  • mario carmo

    Que grande lata que esta jornaleca Fernanda Câncio tem – No seu artigo Opinião de 16 de Setembro – O CRIME DE JOSE ANTONIO SARAIVA , diz que é de natureza humana, como quando há desastres e gente atropelada por comboios e se formam filas de curiosos; é como as encostas repletas de mirones á espera dos afogados depois da queda da ponte de Entre Rios . Desde que seja de outros a dor, os mortos e as vísceras até dá para tirar fotos e partilhar no Facebook … e maias á frente escreve : é isso a cultura tabloide, a cultura do boato e da insinuação, das revistas ditas cor de rosa … e diz mais : sopesando riscos e vantagens achou que compensava a publicação do livro .
    Como é possível esta mulher atacar o José António Saraiva, esquecendo aquilo que escreveu na Revista cor de rosa Grande Reportagem nº59 – 2ª serie de Fevereiro de 1996, cometendo o Crime de difamação, Acusações graves desprestigiando uma família seria, idónea que sempre cumpriu com as suas obrigações, respeitou e foi respeitada pela sociedade onde se encontrava e encontra inserida.
    Também aqui sopesando os riscos e vantagens publicou uma telenovela á sua maneira idealizada, que poderia provocar prisão, indemnizações etc etc não fora a pronta investigação ordenada pelo Ministério Publico. que mandou arquivar de imediato o Processo.
    Passaram vinte anos e talvez não se lembre , mas eu não esqueço e sempre que tenho motivo, estou aqui para lhe recordar a Revista que publiquei na altura OS MERDIAS E OS MEDIAS e não venha censurar, porque aquilo que fez foi bem pior . Mário Ferreira do Carmo

  • Anónimo

    Fontes que confirmem o que disse ou também está a cometer o crime de difamação?

  • mario carmo

    Não conheço o Senhor José António Saraiva .
    Não conheço nem li o livro que escreveu.
    Mas se é verdade o que vem sendo escrito: Revelação de conversas intimas e do foro sexual sobre os nossos políticos, sejam das esquerdas, do Centro ou das Direitas, não concordo com a publicação de tal livro, mas primeiro vou lê-lo …

  • mario carmo

    Não sei porque não obtive uma resposta ao convite que fiz para o anonimo vir almoçar comigo e ver as provas que tenho e que são muitas .Não tem coragem de dar a cara? Pois, pois, nos tempos que lá vão e de que eu faço parte, o que era anonimo era ignorado, pois só a cobardia obriga a tal procedimento.