Mafalda, Feminino Singular
Uma vez José Saramago disse: "A leitura da Mafalda deveria ser obrigatória nas escolas, mas não nas primárias, e, sim, nas universidades."
Ao completar 60 anos de idade (sim, a pequena revolucionária que nos faz reflectir - e sorrir - com as suas tiradas) cumpre em 2024 seis décadas de existência. A icónica personagem criada por Quino em 1964 tem agora direito a vários eventos e iniciativas. Um deles é a a publicação de "Feminino, Singular" um dos livros que recolhe dezenas e dezenas de tiras destaa pequena revolucionária, que chega agora às livrarias com a chancela da Iguana.
As tiras reunidas neste volume dão conta do carácter feminista de Mafalda, que, aos seis anos, questiona o papel da mulher no mundo, provando ser uma das mais ilustres feministas do nosso tempo. Os diálogos e as várias situações apresentadas não poderiam estar mais na ordem do dia. Porque tal como Mafalda são intemporais. De uma simples frase no primeiro quadrado se faz uma história que nos deixa a pensar. E não é que no fim Mafalda tem sempre razão?
Recorde-se que Quino, pseudónimo de Joaquín Salvador Lavado, foi um autor de banda desenhada, caricaturista e ilustrador argentino que nasceu em 1932 e que faleceu no dia 30 de Setembro de 2020, com oitenta e oito anos. As tiras de Mafalda foram publicadas ao longo de dez anos em vários jornais argentinos, tendo alcançado um enorme sucesso em diversos países e sido traduzidas para inúmeras línguas. O autor recebeu vários prémios internacionais, entre eles o prestigiado Prémio Príncipe das Astúrias na categoria de Comunicação e Humanidades.