A presença de marcas e empresas foi muito debatida na última marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, após um grupo de trabalhadores do banco BNP Paribas ter estado na marcha envergando t-shirts alusivas à instituição bancária. O debate dividiu as organizações LGBT.
No dezanove quisemos saber o que pensam os leitores a propósito do tema. À questão “Concordas com a presença de marcas, empresas e dos seus trabalhadores, identificados como tal, na Marcha do Orgulho LGBT” a maioria dos leitores (77 por cento) respondeu Sim. Apenas 23 por cento não pretende ver a iniciativa que celebra o orgulho LGBT associada de forma visível a empresas, marcas e trabalhadores das mesmas.
Uma semana depois da Marcha, no Arraial Pride, várias empresas voltaram a marcar presença no evento da associação ILGA Portugal e que integra as Festas da Cidade de Lisboa. Coca-Cola, Vodafone, JPVA, Mytaxi e Playstation foram algumas das presenças notadas.
O inquérito esteve a decorrer no site www.dezanove.pt entre 20 de Junho e 5 de Julho e recolheu 412 participações.
Foto de Horta do Rosário. Pride de Londres 2016
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14 Comentários
Miguel M.
Claro que a esmagadora maioria quer! Só uns quantos militantes do Bloco de Esquerda que querem à força gerir e controlar a marcha para angariar votos e mais alienados andaram lá a gritar contra o capital. Na próxima não vou e só volto a ir se não voltar a ver situações como esta.
João Silva
A Vodafone esteve no Rossio a distribuir porta chaves arco íris no dia do arraial tal como esteve no dia da marcha! Não os vi no Arraial.. E faltou falar da super bock, que também patrocina as festas de Lisboa!
Anónimo
Uma vez mais, lembro que as pessoas que têm outras posições (por exemplo favoráveis à presença de trabalhadores mas não de marcas comerciais) não puderam voltar. Juntar três sujeitos distintos, que recolhem opiniões distintas, na mesma pergunta, é pré-determinar o resultado da votação.
Gonçalo André
Não vejo qualquer mal… A Marcha do Orgulho LGBT é um evento público, tal como a Marcha pelo Cancro da Mama, entre outras, ou até a um festival (afinal há a parte dos concertos).
Por isto, acho muito bem que tal como nos outros eventos que referi, na Marcha do Orgulho LGBT também haja a presença de marcas. Percebo que ainda gere alguma contestação, pois estes eventos foram inicialmente pouco apoiados pela sociedade, mas estamos em pleno século XXI, as marcas estão a acordar para a realidade! Parabéns às que estiveram presentes.
Anónimo
É que tem absolutamente nada a ver. Isso é mau perder…
Trabalhadores somos quase todos. Se um grupo decide participar informando nas suas t-shirts que faz parte do grupo LGBT da empresa X, não havia de poder participar porquê? Porque o Bloco de Esquerda não quer…? Porque o PCP não quer…? O que não fazia sentido era perguntar se as pessoas são “favoráveis à presença de trabalhadores mas não de marcas comerciais”. Era ridículo.
Basta ler os comentários aqui e nos posts no Facebook para perceber e concluir que nem era preciso inquérito e as pessoas LGBT não querem politizar a marcha e querem empresas e os seus trabalhadores a participar.
E se me der na mona, para o ano junto uma resma de pessoas e vamos com t-shirts da empresa onde trabalhamos e nem sequer informamos que vamos participar. Era o que faltava que numa democracia não o pudéssemos fazer. Ainda não perceberam que não podem impedir.
E se tiver mesmo para aí virado, ainda acrescento nas t-shirts que somos o grupo LGBT do partido X na empresa Y.
Anónimo
Pergunta mal formulada que não permite tirar conclusões. Já para não falar que os habituais leitores do dezanove não são representativos da comunidade LGBT portuguesa.
Anónimo
A marcha do orgulho LGBT é contra TODO o tipo de opressões. Se você defende opressões não é bem vindo!
Miguel M.
Estou-me a marimbar para a tua opinião.
Anónimo
Errado, A marcha nao e nem nunca foi contra todo o tipo de opressoes. Sempre foi para defender os direitos de pessoas LGBT que se sentem discrimnadas com base na sua identidade. Nao misturar as coisas sff
Anónimo
Tem a noção que pessoas LGBT também podem ser discriminadas em função da etnia ou da classe social? Já reparou em todos os perfis no Grindr que dizem que não querem pretos ou asiáticos?
Anónimo
Nos EUA a Marcha pelo Cancro da Mama é uma autêntica hipocrisia pois é promovida pelos lobbies que se opõem à criação de um Serviço Nacional de Saúde semelhante ao português onde doentes oncológicos não pagam nada. Nos EUA doentes oncológicos costumam ficar na falência.
Gonçalo André
Tem toda a razão, mas a meu ver, os EUA não são exemplo para a nossa sociedade, principalmente pelo rumo que está a seguir. No meu comentário referia-me a Portugal e à Europa, que apesar de terem um longo caminho a percorrer até à igualdade, ainda têm alguns seres que pensam..
Hipocrisia
“Estou-me a marimbar para a tua opinião.”
No entanto sentiu a necessidade de comentar…
Anónimo
Subscrevo. A pergunta foi bastante mal formulada. Eu não me importo que os trabalhadores de determinadas empresas participem na marcha. Importo-me sim que as corporações que financiam partidos homofóbicos e têm negócios com ditaduras homofóbicas participem na marcha. Hipócritas é o que são. Quer sejam do Facebook (rede social conhecida por bloquear contas de pessoas trans e por apagar fotografias de casais homossexuais a trocarem um beijo), da Apple (empresa com um CEO gay que financia o partido de extrema-direita Republican Party) ou do HSBC (banco que cometeu diversas ilegalidades na Suíça mas que mesmo assim recebeu um prémio dos burgueses da ILGA por ter um CEO gay).