Marcha Internacional das Mulheres volta a percorrer as ruas do país
Está convocada para dia 8 de Março uma nova Marcha Internacional das Mulheres no nosso país. A convocatória partiu da Rede 8 de Março no Porto. O mote é: “Por mim, Por ti, Por todas, pelas nossas Companheiras”.
Desde 2019, o movimento feminista em Portugal tem levado à rua milhares de pessoas no 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, em várias cidades, do norte ao sul do país. O movimento feminista em Portugal ganhou um novo fôlego devido à convocatória internacional da Greve Feminista, lançada pela plataforma nacional Rede 8 de Março, apoiada em todo o país por mais de meia centena de organizações feministas, de defesa dos Direitos Humanos, anti racistas, LGBTQI+, de imigrantes, ambientalistas, de combate à pobreza e precariedade, da área da saúde e sindicatos. Pela quarta vez, a plataforma apoiada pelo maior número de organizações feministas em Portugal, volta a convocar a Marcha do Dia Internacional das Mulheres no Porto (18h30 Praça dos Poveiros), Braga (18h Avenida Central), Lisboa (18h30 Praça Camões), Coimbra, Barcelos (18h30 Porta Nova) e Viseu (17h30 Jardim Tomás Ribeiro).
Até ao dia 8 de Março, várias iniciativas públicas vão ocupar as ruas do Porto para divulgar a Marcha do Dia Internacional das Mulheres. No dia 8 será apresentado o Manifesto Feminista 2022 que reúne os contributos das várias organizações que têm tido um papel fundamental na luta contra todas as formas de violências machistas e na promoção da igualdade de género no trabalho, nas escolas e universidades e no acesso à saúde. A plataforma da Rede 8 de Março associa-se ainda às iniciativas de solidariedade internacional através da Greve Feminista Internacional.A concentração está marcada para as 18h30 na Praça dos Poveiros (Porto) e à semelhança dos anos anteriores, a Marcha segue pela Rua de Santa Catarina e Sá da Bandeira até à Avenida dos Aliados, onde serão lidos os Manifestos das associações que apoiam a iniciativa.
"No ano em que celebramos os quinze anos da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, afirmamo-nos como parte da resposta ao crescimento da extrema direita em Portugal e dos sectores políticos conservadores, racistas e xenófobos. Há quinze anos dizíamos sim para acabar com a humilhação das mulheres sujeitas a abortos clandestinos, muitas vezes condenadas à prisão ou à morte por falta de acesso aos cuidados de saúde. Continuamos a dizer sim a todos os direitos por conquistar e sim ao combate contra os muros misóginos, racistas e anti democráticos que a extrema direita quer erguer em Portugal.
Temos consciência de como crescentes vozes fascistas, misóginas e racistas ameaçam a emancipação, autonomia e liberdade das mulheres, das comunidades LGBTQIA+, das pessoas migrantes, das comunidades ciganas e das pessoas negras em Portugal. Ouvimos essas vozes na internet, na televisão e na Assembleia da República. Essas vozes zelam pelo retrocesso democrático, pelo fim dos nossos direitos, pelo conservadorismo de género, pelo regime autoritário que legitima a perseguição e violência contra todas as pessoas defensoras de sociedades mais justas e igualitárias.