Hot. É assim que vai ser o próximo Verão em Lisboa. Pela primeira vez a capital portuguesa recebe um festival de música e vários eventos dirigidos ao segmento LGBT: Hot Season Festival. São nove festas ao longo de quatro dias (30 de Julho e 2 de Agosto), a que se soma uma temporada quente ao longo do Verão repleta de festas todos os fins-de-semana, com início já a 20 de Junho e que só termina em Setembro: a Hot Season.
O Hot Season Festival afirma-se como o Primeiro Festival Internacional Gay e Lésbico de Lisboa e inclui um vasto line-up de DJs vindos de festas europeias dirigidas a gay e lésbicas. A organização do festival quer, com este evento, colocar definitivamente Lisboa na rota do turismo gay e mudar a forma como Lisboa é encarada pelos turistas internacionais.
dezanove: O que levou a discoteca Trumps a avançar com a organização deste festival em Lisboa? Lisboa está aquém das restantes capitais ou cidades europeias LGBT-friendly no que respeita a este tipo de festivais?
Marco Mercier: O Hot Season é mais do que um festival, é a primeira tentativa de um evento LGBT que abarque a cidade de Lisboa, a cultura, o desporto, o lazer e os locais de maior interesse para a comunidade em geral. Dentro da Hot Season, que vai de 20 de Junho a 19 de Setembro, temos então o Primeiro Festival Internacional Gay e Lésbico de Lisboa (de 30 de Julho a 2 de Agosto), que como referi vai abarcar múltiplas áreas desde a música aos eventos e que vai colocar, finalmente, Lisboa em paralelo com outras grandes cidades europeias como Madrid, Barcelona, Mykonos, Londres ou Paris. São quatro dias de festival de lazer e cultura.

Como surgiu a ideia? O que nos podes adiantar?
A criação da Hot Season veio da percepção do crescente turismo LGBT em Lisboa e da necessidade de uma plataforma que o consiga envolver na cidade a um nível que não seja apenas na diversão nocturna. Todos os fins-de-semana, a Hot Season tem diferentes eventos que vão desde festas e produções internacionais a cinema ou desporto. Há, por exemplo, um pacote de actividades diurnas de tours culturais (as Hot Tours) a fantásticas praias que acabam nas festas das melhores marcas internacionais e que são altamente produzidas.
A quem se dirige este festival?
O Hot Season dirige-se a pessoas que se queiram divertir e não é um evento discriminatório, apesar de ter o seu foco na comunidade gay e lésbica.
A música é um dos pontos principais da Hot Season e contamos com um line-up de DJs internacionais e nacionais que nos coloca em pé de igualdade a outros grandes festivais como o Circuit Festival em Barcelona. Trazemos a Lisboa pela primeira vez um leque de produtores, DJs e performers num tão curto espaço de tempo que é impossível ficar indiferente: em 13 semanas teremos mais de 30 artistas e nos 4 dias do festival temos um line-up de 20 DJs para arrasarem com Lisboa como nunca foi feito.
As festas Hot Season decorrem maioritariamente no Trumps, seguindo a tradição das festas de Verão, mas o Hot Season Festival decorre na praia, na piscina, no Trumps e no Gossip de forma a comportar totalmente as produções que aí vêm.
Quem são os convidados e que destaque podes fazer de cada um deles?

Os convidados são mais de 40 e há uns que se podem destacar: Javier Medina, Taito Tikaro e Lenz Garcia todos All Star Matinee; Jodie Harsh de Londres; Alejandro Alvarez, o actor porno português que está a vingar no mundo do DJing; Charlotte DeVaney, uma das Djs mais bonitas do mundo; Steven Redant, presença essencial em qualquer festival.
Consideras esta uma oportunidade de trazer mais turistas a Lisboa e lançar o nome de Lisboa no circuito internacional de festivais de Verão?
Esta é, sem dúvida, “A” oportunidade de lançar Lisboa no circuito internacional de festivais de Verão e de a tornar um ponto de interesse turístico.
Que apoios tiveram para lançar este festival?
Tivemos o apoio forte do grupo Matinee, principalmente no festival. Há quase uma garantia de que Lisboa será um hot spot para 2015, obrigando os turistas a marcar as suas férias atempadamente para poderem vir à Hot Season 2016.
Qual o valor dos ingressos?
Há pulseiras all access (acesso a todos os eventos) à venda na Ticketline por 180 euros que comportam as 13 semanas de eventos e ainda oferecem descontos especiais nos hot spots – locais que abraçaram o projecto Hot Season que vão desde bares com pré-parties semanais, a hotéis e restaurantes com descontos especiais durante a Hot Season.
Para o Hot Season Festival temos pulseiras à venda a 60 euros, que é um preço quase simbólico se pensarmos que a principal festa do festival é uma “La Leche”, por um tempo muito limitado. Depois as pulseiras passam a 80 euros.
2 Comentários
THIAGO ANDRADE
Logo agora que estou em Londres e por razões profissionais não me posso ausentar. Maldade pura oh gente do TRUMPS!
Pedro Dias
Desde já faço uma declaração de interesse na matéria, pois sou um dos sócios do TRUMPS.
Dito isto, é com grande prazer e orgulho que li esta entrevista, extremamente bem elaborada e escrita, com outro sócio do TRUMPS, e Director Geral, o Engº Marco Mercier.
O “dezanove”, como sempre, está em cima dos acontecimentos gay na vida em geral, e em Portugal em particular, e este vai ser um grande acontecimento, em Lisboa, seguramente percursor de outros nos próximos anos.
Lisboa está na moda, no roteiro do turismo gay, e este é uma das muitas ofertas, que já fazia falta, e que vai ser um sucesso a julgar pela reacções vindas de todo o lado.
O nosso (do TRUMPS) muito obrigado a todos, e foram muitos, os que tornaram possível esta iniciativa.
Sozinhos não teríamos capacidade para embarcar nesta iniciativa, inédita na sua dimensão e projecção internacional.