Uma grande reportagem da autoria de Catarina Marques Rodrigues publicada no Observador este fim-de-semana levantou a polémica O Colégio Militar leva à exclusão de alunos homossexuais. Ministro da Defesa exige explicações.
“Homossexualidade aqui não é aceitável” comentava ao Observador um aluno do Colégio Militar, em Lisboa. O director da instituição centenária, Tenente Coronel António José Grilo, confirma que ninguém é expulso por ser homossexual, mas deixa claro que ali não há lugar para afectos entre pessoas do mesmo sexo: “Repare, eles não se cobrem para nada, não se escondem para nada, não têm armários fechados… para poderem viver como irmãos que são. E na salvaguarda desse relacionamento, é bom que não haja afectos”. Entre outros casos ocorridos, a reportagem recorda o caso de um aluno que tentou acarinhar outro aluno. Os pais ainda quiseram que ele se mantivesse na escola mas a partir daí perdeu o espaço. Foi completamente excluído”. Na reportagem do diário online nada é referido sobre uma eventual política de integração e não discriminação independentemente da orientação sexual dos formandos.
Na sequência da reportagem e do alvoroço provocado por estas declarações, o Diário de Notícias avança que o Ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, pediu explicações ao Comando do Exército, responsável pela instituição. “O Ministério da Defesa Nacional considera absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei”, respondeu a tutela ao DN. No artigo, assinado por Fernanda Câncio, também se dá conta do pedido de esclarecimentos em sessão parlamentar solicitado pelo Bloco de Esquerda sobre esta matéria à direcção Colégio Militar.
O tratamento dado aos alunos homossexuais permanece uma incógnita numa instituição que considera a homossexualidade “um tabu”, a par das “drogas e roubos”.
Recorde-se que, há um ano, numa instituição sob a alçada do Ministério da Defesa, um militar cometeu suicídio por ser alvo de bullying homofóbico.
3 Comentários
Anónimo
O Colégio Militar um antro de homofobia, quem diria… E pensar que há quem ache que lutar pelo direito a morrer em guerras é uma causa LGBT…
Anónimo
Isso é tudo tretas existe homofobia lá como existe cá fora. Não vi nada de transcendente no q disse o sub-director na entrevista até achei bastante correcto e com uma boa visão. Tamos a falar num internato, se já numa escola externa as crianças são ostracizadas, e nesse caso como o comandante disse é mais facil de gerir, num internamento a criança nao tem para onde fugir não pode fazer mais nada do q estar naquelas quatro paredes. As crianças as vezes conseguem ser muito más ainda mais possivelmente num local q valoriza a masculinidade e virilidade onde não há lugar para quem é diferente pela própria cultura militar.
Ignorância
Ou seja, este comentador acha mesmo que expor a orientação sexual de um adolescente aos seus progenitores contra a vontade é legítimo? E depois se no futuro algum desses adolescentes se suicidar? Quem é que vai preso por incentivo ao suicídio (sim, incentivo ao suicídio é crime e os senhores do Colégio Militar deviam era estar na prisão). Veja mas é se larga a droga. Homofóbico é o que você é.