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Nesta época, juntam-se à mesa os tios, avós, primos, sobrinhos, irmãos, padrinhos e afilhados, pais e filhos, ...

Na realidade, é a altura em que por norma, estamos com quem não vemos um ano inteiro ou meses e meses até chegar ao período natalício.
 
Contudo, é também nesta altura, que muitos têm que fazer fretes, porque lá vêm os comentários: "então, ainda não tens ninguém? Namorado(a)? Quando é que pensas em ter filhos?"
Como tivéssemos todos de procriar e ter relações heterossexuais. Como se isso tivesse de ser norma e quem não a seguir é porque está errado e é uma decepção para a família e mais próximos.
Mas infelizmente, em muitas famílias existem estas questões clichê, como se fosse já uma tradição.
Sinto-me à vontade para confessar que comigo acontece a mesma coisa: as mesmas perguntas e afirmações em tom preconceituoso: "então namorado?";
"Vais ficar para tia"; "És fufa?" e a lista de perguntas e afirmações podia continuar.
A verdade é que para quem as ouve pode até nem expressar verbalmente, o desconforto, mas isso não significa que o mesmo não esteja presente.
Se olharmos com atenção, vamos perceber que a pessoa atingida por tais palavras, pode ter ficado imensamente, desconfortável. E se for uma pessoa insegura, mais insegura ficará e tudo o que sente gera quase que uma bola de neve, até que depois ficamos pasmados com as taxas de suicídio jovem (e não acontece só com os jovens, há pessoas de diferentes idades, vítimas de homofobia que põem termo à própria vida) e com comportamentos que colocam a integridade dos próprios e dos outros em causa. Claro que nada o justifica. Ou então, tudo justifica. Existe uma razão que leva as pessoas a comportarem-se de determinada forma e de escolherem os seus caminhos da forma que o fazem.
Mas acima de tudo, o mais importante é percebermos que não estamos sozinhos e que diariamente, muitas pessoas são alvo de algum tipo de discriminação e no que concerne à orientação sexual, independentemente, de haver uma certeza ou não sobre a orientação de cada um, existe sempre (ou quase sempre) por detrás um comentário enquadrado neste género, mesmo sem qualquer fundamento e credibilidade.
 
Votos de um 2025 com bom, com menos inseguranças e mais auto-aceitação. Porque quando nos aceitamos, tudo se torna um pouco mais leve!
 
Ana Rodrigues