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Nuovo Olimpo, de Ferzan Özpetek

nuovo olimpo

Para que o tempo e o espaço não nos separem...

A cidade de Roma dos anos 70 é o cenário de uma história de amor improvável, mas tantas vezes recorrente, entre dois jovens estudantes. Enea, estudante de cinema, conhece Pietro, estudante de medicina, no cinema Nuovo Olimpo, local de cruising para homens que procuravam sexo descomprometido. Inesperadamente, o encontro entre Enea e Pietro torna-se em algo muito mais forte e poderoso do que apenas um encontro sexual.

Pietro, não acompanhando as ideias dos jovens homossexuais da época, retratados no filme, recusa-se ao acto sexual nas casas de banho do cinema, mas Enea, mais vivido e completamente enamorado, convence-o a um encontro numa casa vazia da avó duma amiga. Uma noite de amor vai muito além do esperado, o sexo torna-se em algo maior, em algo de transcendente entre os dois protagonistas. 

Enea e Pietro apaixonam-se como não esperavam que acontecesse. No dia seguinte, após um breve encontro no Nuovo Olimpo, decidem encontrar-se num quiosque perto do cinema, mas o destino quis o contrário. Uma manifestação ocorre, o cinema é invadido por civís e pela polícia de intervenção. Enea tenta a todo o custo encontrar Pietro, que é atacado pela polícia e sofre um acidente. Os dois amantes separam-se. 

Os anos passam... Enea torna-se um realizador de sucesso, que transporta para as telas de cinema todo o sentimento que viveu / vive por Pietro, constrói a sua vida ao lado de um novo companheiro, mas o vazio que Pietro lhe causa, acompanha-o ao longo da vida. 

Pietro, por seu lado,  constrói uma vida de mentira ao lado da esposa e, sendo um médico reconhecido, comunga do mesmo vazio e saudade de Enea.

O destino troca as voltas às duas personagens, provocando um sem número de desencontros, até que o reencontro se dá, volvidos cerca de 40 anos. Pietro e Enea, os protagonistas de uma bela e dolorosa história de amor, ser-lhes-á permitido recuperar tantos anos de vida em comum? Um filme para ver na Netflix.

Ser-se esquecido dói muito. Ainda não nos esquecemos. Pensa em mim, de vez em quando.

 

 

Ricardo Falcato