A organização católica espanhola “Hazte Oír” decidiu decorar um autocarro com uma campanha contra a transexualidade. O autocarro está a percorrer escolas do país e a distribuir livros e panfletos de teor transfóbico junto de mães, pais e profissionais escolares.
No autocarro revestido a vinil autocolante podem ler-se frases como: “Os rapazes têm pénis, as raparigas têm vulva. Não te deixes enganar. Se nasces homem, és homem. Se és mulher, continuarás a sê-lo”.
Estima-se que a associação esteja a distribuir cerca de 100 mil panfletos, onde se apela também ao Ministério da Educação do país vizinho que impeça as leis que “promovem a homossexualidade” porque “facilitam e premeiam a conversão de indivíduos em homossexuais”, ao mesmo tempo que “negam e castigam a possibilidade do oposto”.
A Hazte Oír explica que o único objectivo desta campanha é a promoção de um livro que “denuncia as leis que foram aprovadas em várias comunidades para promover a ‘diversidade sexual’ entre menores, tornando vulnerável a liberdade de educação e o direito fundamental dos pais educarem os seus filhos”. A associação garante que não se identifica com a homofobia e que está simplesmente a alertar para leis que “impõem de forma obrigatória um modo de comportamento LGBT às crianças.”
Actualização: Menos de 24 horas depois de conhecida a notícia, a Câmara Municipal de Madrid mandou imobilizar o autocarro por “incumprir os regulamentos municipais e incitar ao ódio”. Este autocarro já não segue viagem, como previsto, para outras comunidades autónomas.
Notícia actualizada a 28 de Fevereiro às 21:56 com o último parágrafo.
Foto: La Niña Ventresca / Twitter
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56 Comentários
Anónimo
E pensar que há gente na comunidade LGGG do dezanove que acha que a partir do momento em que pessoas do mesmo sexo se podem casar já está tudo feito. Muito pelo contrário. Apesar de em Espanha o casamento (bem como a adopção) por casais do mesmo sexo estar legalizada desde 2005, a homofobia e a transfobia continuam a existir e é preciso combatê-las. É urgente a criminalização de movimentos homofóbicos e transfóbicos.
Marta Elle
Não estou a compreender o título do post.
Pelo que percebo, essa associação apenas está a defender valores que acha serem corretos, sem ofender nem agredir ninguém. Parece-me que tanto direito têm os homossexuais e os trangénero a defenderem aquilo em que acreditam, quanto as outras pessoas.
Não sou mãe, mas se fosse gostaria que os meus filhos conhecessem os argumentos de ambas as partes.
C.S.
Anónimo
“sem ofender nem agredir ninguém”
Sabia que agressões não são necessariamente físicas? Sabia que o discurso de ódio mata? Sabia que 40% das pessoas trans chegam a considerar o suicídio?
“Não sou mãe, mas se fosse gostaria que os meus filhos conhecessem os argumentos de ambas as partes.”
Se você é neutra em situações de opressão, então está a escolher o lado do opressor. Não a quero como “aliada”.
AAntunes
Eu a pensar que os garotos colados no autocarro estavam retratados como se estivessem à chapada… afinal estão a dar as mãos em amizade… estou sem perceber a origem do termo “ódio”…
Anónimo
Então dizer que um homem é homem já se tornou odio? Aonde vai este mundo?
Anónimo
Qual a diferença entre LGBTs baptizarem o bus como autocarro do ódio e o centro-direita ter baptizado o barco do aborto da “Women on Waves” como barco da morte?
qwe
Que comentário tolo.
Os 40% que fala são PÓS-OPERAÇÃO. É referente a pessoas que se arrependem da mudança de sexo.
E manter a neutralidade num assunto que envolve os valores morais pessoais não é um incentivo ao ódio. É civismo puro.
Querer forçar o resto da sociedade a concordar com algo, alegando suposta opressão simplesmente por…..não concordar? Isto sim é errado.
Anónimo
Mulheres trans não são homens.
Homens trans não são mulheres.
Informe-se antes de escrever disparates.
Anónimo
Você está a delirar, certo?
Anónimo
Porque é que o dezanove aprova comentários transfóbicos? Ao fazê-lo o dezanove mostra não defender os interesses das pessoas trans.
Eurico Ribeiro
Hoje o pior preconceito é o preconceito do preconceito. E chega a ser violento e de uma intolerância atroz! Em especial os visados, que antes eram de facto discriminados e mesmo perseguidos, mas que hoje se tornam nos piores discriminadores e perseguidores que os anteriores… e desta forma esquecem-se que estão a dar razão àqueles que antes os discriminavam!
Marta Elle
E onde é que está o discurso do ódio ?
Anónimo
Expressar qualquer opiniao contraria contra trans significa odio e que se n concordarmos com todas a balelas que dizem estamos literalmente a mata-los.
Para mim nao passa de puro fascismo ideológico
Marta Elle
Eu não diria melhor Eurico.
Pelo que percebi, aquelas pessoas do autocarro só querem que as crianças se sintam bem com o sexo com que nasceram. Não estão a promover o ódio aos outros.
Anónimo
Não dá para ver onde está o ódio , tenho direito á minha opinião e penso sem margem para duvida que todas as crianças devem crescer com mae e pai , porque nascer não nasce sem mae e pai nem que seja cromossómico, mas não odeio filhos de pais do mesmo sexo nem os ditos pais , tenho pena é dos filhos não poderem viver as experiencias e a soma das duas maneiras de ver e viver o mundo .
Quiron
Mas vocês estão todos estúpidos ou querem fazer de estúpidos os outros? A questão não é a identidade sexual dos miúdos e miúdas cisgénero, porque estes não se sentem confusos com nada, sentem-se bem no seu corpo e por todo o lado sentem apoio e reforço na sua identidade. A questão é a marginalização e repressão dos miúdos e miúdas transgénero, que esses sim debatem-se permanentemente com dúvidas, confusões, angústias, desesperos relacionados com a sua desidentificação com o seu género biológico, que é um processo longo e normalmente penoso, em que se sentem perdidos, isolados, diferentes e aberrantes.
Uma iniciativa como este autocarro não só faz com que quem está nessa situação se afunde ainda mais no seu buraco de isolamento, como faz com que potenciais aliados do seu meio se tornem mais hesitantes em apoiá-los e defendê-los com receio de serem também eles apontados a dedo…
Anónimo
“E onde é que está o discurso do ódio ?”
Discurso transfóbico é discurso de ódio. Percebeu ou precisa de um desenho?
Anónimo
“Para mim nao passa de puro fascismo ideológico”
Porque lutar por direitos humanos é o mesmo que defender um regime corporativista no qual as liberdades de imprensa e de expressão são suprimidas, não? Irra que há com cada um que estava melhor calado.
Anónimo
Se você não sabe a diferença entre um feto e uma pessoa, então não percebe absolutamente nada de biologia ou de leis.
Anónimo
Quando comecei a ler o comentário pensei que fosse sátira. Quando acabei de o ler percebi realmente que não passa de uma autêntica idiotice. A intolerância não pode ser tolerada.
Anónimo
“aquelas pessoas do autocarro só querem que as crianças se sintam bem com o sexo com que nasceram”
Isso é uma piada, suponho.
A favor dos comentários com Facebook
No Facebook não se vê UM ÚNICO comentário transfóbico. Aqui já li NOVE. Para quando a implementação de comentários com Facebook para impedir que trolls de extrema-direita destilem transfobia?
Leitor indignado
O dezanove já aprovou NOVE comentários transfóbicos. O dezanove não defende os interesses das pessoas trans! Deviam alterar a descrição “Notícias e Cultura LGBTI” para “Notícias e Cultura LGB”. Pensando melhor, talvez devesse ser apenas “Notícias e Cultura G”.
Anónimo
Tem direito à sua opinião. E nós temos o direito de criticar a sua opinião. E já agora, discurso de ódio é crime, tanto em Portugal como em Espanha.
Rui
E a liberdade de expressão? Queres a censura de novo? Ou será que só as pessoas de esquerda é que podem falar?
Marta Elle
Então nesse caso as crianças que não sofrem de identidade de género vão sentir-se marginalizadas, perdidas, isoladas, diferentes e aberrantes sempre que houver uma iniciativa que promova os transgénero.
Marta Elle
Não vejo ali discurso transfóbico nenhum. Agradeço o desenho sim porque gosto de perceber as coisas.
Marta Elle
Os miúdos cisgénero não se sentem confusos !? Claro que sentem, faz parte do processo de crescimento.
Quiron
Pois. E eu tenho pena das pessoas tacanhas que acham que a sua forma de ver o mundo é a única que é válida. Como se toda a vida e desde sempre não tivesse havido filhos que se criassem sem esse seu modelo ideal de pai e mãe. Quantos são abandonados logo à nascença e ficam à mercê de quem lhes dê a mão? E quantos, são criados por apenas um dos progenitores por abandono do outro? E quantos são criados por avós, tios, instituições? E quantos, sendo criados pelos progenitores, são negligenciados, abusados e até assassinados? Você não vê o telejornal? As crianças precisam é de amor, cuidados e boa orientação, e serem criadas pelos dois pais não lhes dá essa garantia nem é a única forma de isso lhes ser assegurado.
Para se adotar é preciso cumprir uma série de requisitos, mas para procriar basta dois indivíduos de sexos opostos com vontade de mandar uma queca. Que requisitos são exigidos a uma mãe ou a um casal que decida ter um filho? Quem é que verifica isso, no interesse das crianças?
De qualquer forma penso que o seu comentário é totalmente off-topic.
Marta Elle
Não, não é piada nenhuma. É normal as crianças sentirem-se confusas. Para dar um exemplo, quantos e quantos adolescentes não se sentem atraídos por amigos do mesmo sexo, numa fase pontual ? Fase essa que desaparece, assim como apareceu. Basicamente, são heterossexuais o resto da vida. Aquilo foi apenas uma fase.
As crianças estão a descobrir o mundo, é normal.
Marta Elle
Ele está a ser irónico…
Anónimo
Marta Elle: não alimente ! É um troll.
Anónimo
Responder a comentários transfóbicos NUMA PÁGINA LGBT é ser troll? Bela filosofia para se expor por aqui!
Anónimo
“E manter a neutralidade num assunto que envolve os valores morais pessoais”
As decisões das outras pessoas sobre os seus próprios corpos só lhes dizem respeito a elas. Não lhe dizem respeito a si.
Anónimo
Com tanta bicha transfóbica a comentar, quem precisa do João Braga?
Quiron
A sério, Marta Elle?! Você não se constrange de se expôr assim tão burra? Ou é por ser na Net e ninguém lhe ver a cara que se permite dizer todos as cavalidades que lhe vêm à cabeça?
“(…) iniciativa que promova os transgénero.”!? Que eu saiba estamos aqui a comentar o autocarro do artigo acima. Mas de que iniciativas está você a falar? Daquelas que no máximo uma vez por ano vão às escolas explicar aos vossos filhinhos, que seguem os vossos lamentáveis exemplos, que é errado perseguir, agredir, humilhar, etc, os coleguinhas que eles suspeitam que são diferentes? Isso é que, na sua cabecinha pequena, é “promover”?
Então e os outros 364 dias do ano, em que os vossos filhinhos se divertem a atormentar a vida dos mais desprotegidos e todos os adultos (do seu tipo) em redor olham para o lado e fingem que não vêem? Não me diga que foi isso que lhe ensinaram na catequese…
Quiron
A sério, ó Marta Elle, tenha paciência!! Querer pôr ao mesmo nível as dificuldades próprias de qualquer adolescência comum com as dificuldades de um adolescente transgénero neste país é uma coisa tão ridícula que nem me merece mais latim. Por mim fique para aí a cuspir o seu fel sozinha. Cuidado, não se engasgue.
Marta Elle
Eu chamo ao seu comentário discriminação.
Está a dizer que as dificuldades de “qualquer adolescência comum” não se comparam com “as de um adolescente transgénero”. Isso é relativo, depende de tantos fatores. Ainda hoje estava aqui no Sapo um artigo de um rapaz que se sentia rapariga e fez a transição com a ajuda dos pais e nunca teve problemas na escola e eu, ao longo da minha vida, fartei-me de ver adolescentes cheios de problemas que não tinham nada a ver com mudança de sexo, nem mesmo homossexualidade.
Já agora, como acha que se sentiu o ator britânico Peter O’toole que foi criado como uma menina até aos 12 anos porque os pais preferiam ter tido uma filha ?
Tomara ele que lhe tivesse aparecido um autocarro com esclarecimentos.
E não me venha dizer que isso foi um caso pontual porque continuam a existir situações dessas. Os pais é que, hoje em dia, não se atrevem a fazê-lo tanto à descarada porque correm o risco de os filhos lhes serem retirados.
Deixe lá de rotular as pessoas. Não é porque são transgénero que são automaticamente vítimas e não é porque são cisgénero e heterossexuais que a vida lhes corre bem.
Anónimo
Ó Marta Elle, você não é lá muito inteligente, pois não?
Anónimo
“E a liberdade de expressão?”
Discurso de ódio não é liberdade de expressão. Aprenda a diferença.
Discurso de ódio é crime tanto em Portugal como em Espanha.
Lucas Louro
Longe de mim colocar qualquer má intenção em mais este outro singelo desabafo, mas tenho que confessar que se a mentalidade da pacífica e bem tratada (segundo alguns…) comunidade lgbt portuguesa já me faz muita confusão, a mentalidade da (não tão) pacífica e (não tão) bem tratada (segundo a Sra. Marta Elle…) comunidade (não lgbt) portuguesa, me deixa siderado pelo ponto a que pode chegar – já nem digo a crueldade e a falta de empatia de alguns mas – a simples estupidez humana, a avaliar pelos comentários transfóbicos que tenho lido nest post.
Isto tudo é de tal maneira surreal que eu já não sei o que me espanta mais: se a incrível “obtusidade” dos argumentos (chamemos-lhe assim…) transfóbicos ou a incrível paciência e sentido pedagógico de quem tem desmontado esses argumentos sem se enervar (muito…).
É cómico ver transfóbicos (além de homofóbicos e racistas) a armarem-se em vítimas inocentes e indefesas, porque agora já se torna um pouco mais difícil perseguir, maltratar, humilhar, etc. trans (já para não falar em “pretos e gays”) por causa de umas coisas a que eles chamam lobbys lgbt. Suponho que deve ser quase tão cómico como ouvir algumas pessoas a queixarem-se do lobby das mulheres a dias porque, atualmente, já não é permitido ter escravas que trabalhem até à exaustão sujeitas a todos os caprichos de quem se crê superior aos demais (e isto não é ironia).
Se querem ser maus e mesquinhos é lá convosco (aliás desconfio que devem estar convencidos que faz parte do vosso sex-appeal) mas, ao menos, dêem-se ao trabalho de arranjar argumentos minimamente coerentes para justificar a maldade e a mesquinhez.
Que tristeza…
Lucas Louro
Ahhhhh!!! Então é isso… O tal do Facebook não permite comentários transfóbicos, mas já permite comentários racistas e homofóbicos como do Sr. Dr. João Braga.
Epá! Além de maravilhoso e todo XPTO, o tal do Facebook é também muito seletivo. Sinsanhora!!!
Marta Elle
Não pah, não sou.
As pessoas que se dizem vítimas de discriminação, ódio, agressões, etc. e que depois fazem o mesmo aos outros é que são inteligentes.
Anónimo
“Já agora, como acha que se sentiu o ator britânico Peter O’toole que foi criado como uma menina até aos 12 anos porque os pais preferiam ter tido uma filha ?”
Agora põe-se a inventar evidências anedóticas. A senhora calada é uma poetisa.
A favor dos comentários com Facebook
Penso que não compreendeu o meu comentário. Eu estava apenas a ridicularizar os utilizadores de (extrema-)direita que queriam que o dezanove implementasse os comentários com Facebook porque ficavam incomodados quando viam as suas idiotices a serem criticadas por utilizadores racionais. De resto não confio no Facebook por razões óbvias. Se bem que o dezanove não faz um trabalho melhor até porque o dezanove, ao contrário do Facebook, tem o poder de aprovar os comentários antes de os mesmos serem publicados. Curiosamente isso não impede o dezanove de aprovar comentários transfóbicos. Porque será?
Anónimo
é pena este blog não ter comentários via Facebook para as pessoas perceberem que és só tu que andas neste post a comentar alarvidades a mando do teu partido
Lucas Louro
As minhas mais humildes desculpas pela minha incompreensão, mas não deixa de ser curioso reparar que a única pessoa que entendeu a ironia do seu comentário “A favor dos comentários com Facebook 01.03.2017 23:22” e do comentário “Leitor indignado 01.03.2017 23:23” (COMPARAR DATA E HORA) foi a azougada Marta Elle…
Porque será?
Marta Elle
“A senhora calada é uma poetisa.”
Usam agressividade em vez de argumentos, mas depois querem que as pessoas se solidarizem com as vossas causas.
Anónimo
O fascismo não se debate, esmaga-se.
Rídiculo
Tinha que vir a bicha transfóbica a queixar-se de quem comenta “a mando do partido”. Até estava a estranhar que este tipo de comentários não apareciam.
Mas suponho que o leitor Anónimo não se importe de nos informar “a mando de que partido” comenta. PSD? CDS? Será que é um membro do Partido Republicano americano (se bem que duvido que esses saibam falar algum idioma para além do inglês)?
É que se @s outr@s leitor@s apenas comentam a mando de partidos e não por iniciativa própria, suponho que o leitor Anónimo saiba isso apenas por experiência própria.
PS: Antes que venha com as acusações do costume, informo-o que não sou o leitor Lucas Louro.
Leitor indignado
O meu comentário não era irónico. O dezanove NÃO defende os interesses das pessoas trans.
Anónimo
é pena este blog não ter comentários via Facebook para as pessoas perceberem que és só tu que andas neste post a comentar alarvidades a mando do teu partido
Marta Elle
Isso é um ideal fascista. Vais esmagar-te a ti próprio.
Anónimo
“Isso é um ideal fascista. Vais esmagar-te a ti próprio.”
O que esperar de um troll transfóbico que não o uso de termos que desconhece?
Rídiculo
“Será que é um membro do Partido Republicano americano (se bem que duvido que esses saibam falar algum idioma para além do inglês)?”
Venho por este meio corrigir-me: os membros do Partido Republicano americano também falam russo, ainda por cima tendo em conta que o Trump é uma marioneta do Putin.