“Para quando os filhos?” É esta a pergunta que mais se ouve no dia de qualquer casamento. Depois do enamoramento, do namoro, do noivado e do casamento, ter filhos vem a seguir. A pergunta repete-se quando existe uma vida afectiva, familiar, profissional e financeira estável.
Luís Borges e Eduardo Beauté vão passar o primeiro Natal como casados e na companhia de Bernardo, o bebé que acolheram no seio da sua família. Casados em Maio deste ano, Luís Borges e Eduardo Beauté conheceram Bernardo um mês antes. O processo de custódia partilhada está agora na sua fase final. Sem que a presença da mãe biológica seja descurada, Luís Borges e Beauté ficarão responsáveis pela educação, crescimento e desenvolvimento de Bernardo até este ser adulto, como explicaram à revista Caras. Como Bernardo tem trissomia 21, necessita de outro tipo de cuidados.Em entrevista à Caras, o modelo e o cabeleireiro contam como tem sido esta nova etapa. Visivelmente feliz, o casal esclarece os mal-entendidos em relação à guarda de Bernardo. A custódia partilhada foi a solução encontrada, visto que em Portugal ainda não é possível casais do mesmo sexo adoptarem crianças. Eduardo Beauté afirma que, com a adopção, “haveria um desvincular total da mãe e da restante família, o que não acontece, nem é o que pretendemos. É importante o Bernardo crescer com a presença da mãe e das duas irmãs”.
O bebé foi apresentado em Abril a Eduardo Beauté pela tia-avó de Bernardo, que apareceu no salão do cabeleireiro a propor-lhe que o casal criasse o menino como filho. Mas o passo para ficarem com o Bernardo não foi dado nessa altura. Esta tia-avó que tinha ficado responsável pela criança, na opinião de Eduardo “quis libertar-se dessa responsabilidade, dando a entender à família que o ia entregar a duas pessoas idóneas e responsáveis”.
Só no fim de Julho decidiram que iriam ficar a cuidar do Bernardo. Em Agosto foram publicadas fotos na revista Nova Gente dos três em férias no Algarve. A família materna do menino, que ainda não sabia que Bernardo estava com o casal, ficou a saber da pior maneira. Após o regresso a Lisboa, quando já se tinham afeiçoado ao Bernardo, a tia-avó foi buscar o menino. Segundo Luís e Eduardo, “foram dias horríveis”. Mais tarde por iniciativa da própria mãe, que os decidiu procurar, conversaram e chegaram à conclusão que o melhor seria o filho ficar com esta nova família. Foi aí que procuraram um advogado para oficializar a custódia e regularizar a situação.
Luís Veríssimo
Foto: Caras.pt
5 Comentários
Ricardo Duarte
Ahhhh, isso explica o porquê de eu ter visto o Luis a passear uma criança de carrinho de bébé no Chiado há uma semana atrás. 🙂 Tão fofo.
rosa de fatima
boa tarde. eu sou a tia avó do helder ” bernardo “
esta é uma história que já tenho morta e enterrada. dá-me igual o que mais contem sobre mim, pois desde o principio que as informações dão a todas as revistas não passam de mentiras. resalvando o saber que o menino está bem, o resto é me igual.
apenas sinto uma grande revolta pela maneira como alguns assuntos se desenvolvem no meu país quando se trata de alguém mediático..com certo previlégio de cunhas. é vergonhoso o poder da corrupção em certos meios. não há ninguem que se pergunte porque é que o menino estava bem comigo e deixou de estar quando a familia conheceu o edurdo ? e se eu me queri ver livre do menino porque é que estou zangada com eles e a minha familia ? tantas mentiras. mas cá se fazem..cá se pagam. um feliz natal para todos !
Jorge
Boas,
pois bem, eu achei que foi um gesto bonito e nem vi nada de ofensivo há tia-avó a quem deixo um beijinho e votos de Bom Natal de preferência em familia. O importante e o que me parece que está em foco nesta história é a questão da homoparentalidade que ainda não é possível e a situação de o bebé poder vir a ter acesso a coisas que de outra forma TALVEZ não tivesse.
A vida mede-se em atitudes e não no que se diz ou deixa de se dizer. A atitude vale mais de 1000 palavras e espero que valha uma vida digna e com o melhor possível para esta criança.
Bom Natal para todos e sempre que se esquecerem de quem são respirem e sintam a vida dentro de vós. O resto são ilusões da mente 🙂
Luis Amorim
O mais importante mesmo é que qualquer decisão tomada seja no interesse desta criança em particular. Se a família em questão é a melhor para esta criança, pois então que assim seja.
Mas esta história também ilustra bem como a lei portuguesa, ou a sua falta, vulnerabilisa todos os intervenientes nesta “adopção”.
Seria muito melhor, certamente para as crianças, se os direitos e deveres de todos os intervenientes fossem melhor enquadrados legalmente. Assim, ficam todos a perder no marasmo da interpretação pessoal de cada um, do diz-que-não-diz.
Uma adopção, permitiria, nomeadamente, que uma avaliação fosse feita sobre as reais qualidades do casal em questão para adoptar uma criança, em particular uma criança com trissomia 21. Não estou a pôr em causa as qualidades deste casal, que não conheço, mas sim a defender que seja possível fazer-se uma verdadeira adopção com todas as salvaguardas que isso traz, legais, assim como emocionais.
Eu sou pai por adopção (vivo no estrangeiro) e fico com a sensação que esta é uma solução tipo “bricolage”, “um arranjinho”, que no fim cria ambiguidades e dá origem a todo o tipo de especulações.
As crianças merecem mais consideração por parte de quem legisla. Temos um Estado muito cobarde…
Joaquim
é de criança que se ganham os traumas 😐
Criança infeliz 🙁