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O impacto da mono-normatividade

mono normatividade

O termo “mono-normatividade” diz respeito à naturalização da monogamia como norma social e a todos os privilégios que lhe são associados. 

Quando nos referimos à monogamia como norma, não nos restringimos aos modelos relacionais assentes na exclusividade: falamos de um sistema que se apoia em diversas desigualdades e violências, com fortes mecanismos de controlo e dominação instituída, que beneficia determinados grupos de pessoas e ignora, invisibiliza e agride quem não mantém e reproduz esse sistema. 

O padrão social da monogamia, por não reconhecer e validar alternativas, acaba por excluir e estigmatizar pessoas não-monogâmicas, pondo em causa o seu bem-estar geral, restringindo muitas das suas vivências e expressões de individualidade e diversidade, fomentando o seu isolamento. 

Num mundo em que a monogamia é tida como cenário padrão para relacionamentos íntimos, as experiências das pessoas em acordos não-monogâmicos tendem a ser marginalizadas ou incompreendidas, por falta de referências alternativas validadas social e legalmente. 

Este padrão excludente de outras possibilidades não-normativas verifica-se, também, nos meios de comunicação social e nos sistemas jurídicos vigentes que, efectivamente, veiculam e reforçam informação preconceituosa e leis discriminatórias para com a comunidade não-monogâmica.

Reconhecendo que a cis-hetero-mono-normatividade está assente numa estrutura com um propósito maior comum - manter e retro-alimentar uma estrutura de supremacia e privilégios associados - é interesse da não-monogamia compreender e revelar as diversas opressões sistémicas e implicações alargadas, questionando-as, problematizando-as e promovendo uma abordagem informada, inclusiva e equitativa.

É essencial aumentar a consciência sobre os sistemas sociais opressivos, que instituem a monogamia como único modo de organização da sociedade e de estabelecimento de relações.

Sem esta discussão será difícil promover a inclusão e aceitação de todas as pessoas. 

 

Ana Vaz e Ema Fontes

@labnaomono (Projecto no Instagram centrado na Não Monogamia)