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O L da sigla LGBTQIA+ ainda é invisível 

 visibilidade lésbica

Ao olharmos para a nossa história concluímos que tem havido um progresso ao longo  do tempo, devido à incessante luta das mulheres pelas conquistas dos seus direitos.

 

Em 1974  foi criado o Movimento de Libertação da Mulher (MLM), este grupo era constituído por activistas lésbicas, contudo as primeiras movimentações políticas de lésbicas surgem em 1991,  quando é publicada a primeira revista lésbica em Portugal com o nome “Organa”. Apenas em  1996 é formado o Clube Safo, com o objectivo de encurtar as distâncias entre esta  comunidade por todo o país. Será que o que foi conquistado até ao momento é suficiente ou  ainda temos um longo caminho a percorrer?  

Em Portugal, ao contrário do que se passou com os Estados Unidos da América ou do Reino Unido, onde encontramos várias lésbicas que desempenharam papéis importantes na luta  pelo direito ao voto, nestes primeiros movimentos feministas não são encontrados registos da  participação de lésbicas assumidas. A visibilidade lésbica é importante porque as mulheres  lésbicas também lutaram e continuam a lutar. Também estivemos lá e continuamos a estar  presentes nas lutas pelo direito à igualdade de género. É importante que celebremos o dia da visibilidade lésbica para lembrar que o L da sigla LGBTQIA+ ainda é negligenciado mesmo  dentro da comunidade queer. 

É importante que celebremos o dia da visibilidade lésbica para lembrar que o L da sigla LGBTQIA+ ainda é negligenciado mesmo  dentro da comunidade queer. 

Se fizermos uma pequena pesquisa sobre bares e espaços de diversão nocturna  LGBTQIA+ são várias as sugestões que vão aparecer, porém não vamos encontrar nenhum  espaço direccionado para a comunidade lésbica. Como e onde é que a comunidade lésbica se  conhece? O que fazem para socializar? Será que há necessidade de haver espaços direccionados  para esta comunidade?  

Precisamos de fazer uma viagem ao passado para encontrar nomes como o Memorial, Secret, Maria Lisboa, Salto Alto entre outros bares que eram direccionados para a comunidade  lésbica e que actualmente se encontram encerrados, outros como é o caso do Purex deixaram  de ser “exclusivos” para a comunidade lésbica para abrirem as portas a toda a comunidade  LGBTQIA+. No passado, estes míticos bares foram o porto de abrigo para muitas lésbicas,  eram dos poucos lugares onde se sentiam seguras e onde se sentiam completamente livres, hoje  estes bares são apenas uma memória mas farão sempre parte da história queer. Pontualmente existe a Lesboat, uma festa para o público LGBTQIA+, que é uma extensão da Lesboa Party  (teve a última edição em 2017), apesar de não ser exclusivamente para lésbicas contribuiu e  continua a contribuir para a visibilidade lésbica. 

No passado, estes míticos bares foram o porto de abrigo para muitas lésbicas,  eram dos poucos lugares onde se sentiam seguras e onde se sentiam completamente livres, hoje  estes bares são apenas uma memória mas farão sempre parte da história queer.

No geral, já foram feitos grandes avanços, mas há ainda um longo caminho a percorrer  porque infelizmente ainda estamos na sombra, tanto na sombra feita por homens como na que  é feita por mulheres heterossexuais. As mulheres e as pessoas não-binárias lésbicas sofrem, pelo menos, o dobro da discriminação e por isso devemos sair da sombra e lutar para que o L da sigla  LGBTQIA+ deixe de ser invisível.  

 

Rita Rodrigues