Cinco anos depois de ter sido exibido no Museu Colecção Berardo, “Hero, Captain and Stranger” passa dia 10 de Novembro, às 22 horas, no Teatro do Bairro, em Lisboa.
O trabalho da autoria do multifacetado João Pedro Vale passou pela primeira vez em contexto artístico na sala polivalente do Museu Colecção Berardo. Vale inspirou-se no romance “Moby Dick” e daí a criar uma versão gay “hard-core” não foi um passo. Foram sete meses. Vale viveu e vivenciou numa residência artística de Nova Iorque com o objectivo de encontrar vestígios dos pescadores de baleias açorianos na costa lesta dos EUA. Com este cenário de bordo homoerótico em mente, Vale foi em frente. De regresso a Lisboa, colocou anúncios nos jornais a pedir pessoas para um filme porno experimental. E assim aconteceu. Na fita de 68 minutos Ishmael, Queequeg e Ahab formam o trio gay que vive aventuras a bordo de um navio.
A sessão de dia 10 de Novembro
A dupla João Pedro Vale e Nuno Ferreira encara este projecto performativo como uma obra para ser vista em grupo e numa sala de cinema. Este visionamente é aliás, um momento único, uma vez que após a estreia no extinto Cinema Paraíso e agora recuperado Cinema Ideal e da sessão especial no Museu Berardo, o filme não é mostrado em Portugal há cinco anos.
Depois do visionamento do filme segue-se a festa a cargo de um dj set especialmente preparado por Nicolai Sarbib (CVLT).
No artigo “Pôr o dick em Mobidick” publicado pelo Público em 2010, João Pedro Vale respondia à pergunta “Podia ter feito “Hero, Captain and Stranger” há dez anos?” Na altura o artista respondeu: “Não. Da mesma maneira que quando começámos à procura de actores e não havia, cheguei a ponderar fazer eu. Mas claro que não podia fazer. Se calhar daqui a dez anos já posso.” Já passaram cinco, seria tão difícil encontrar os actores hoje em dia ou Vale já entraria no filme? Dia 10 ficamos a saber.