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Ocupas do edifício do Centro LGBT não pretendem sair

Os ocupas do primeiro e segundo andares do edifício onde está instalado o Centro LGBT não pretendem abandonar o espaço. Os responsáveis receberam uma nota de despejo datada de 2 de Maio, indicando que tinham 10 dias para abandonar o edifício municipal. Apesar de não prestarem declarações à imprensa, os ocupas têm divulgado no blogue São Lázaro 94, as pinturas, os pequenos arranjos e as actividades que estão a desenvolver.

 

No final da semana passada, o Centro LGBT, instalado no rés-do-chão, fechou portas devido a uma inundação provocada pelos ocupas. A ILGA suspendeu também a linha de aconselhamento telefónico e o serviço de apoio psicológico por não haver condições de trabalho. A inundação terá tido origem num cano roto. “Avisámo-los para não o fazerem, porque já há ano e meio tinha sucedido o mesmo durante outra ocupação”, disse ao Público o presidente da ILGA, Paulo Côrte-Real. Depois de vários dias com a água a escorrer por paredes e tectos, o Centro LGBT acabou por encerrar. “Há um bocado de tecto prestes a cair e foi preciso chamar a Protecção Civil e a EPAL para a água voltar a ser fechada”, explicou.

Os ocupas escreveram, entretanto, no seu blogue que para esta segunda-feira estava prevista “uma vistoria e peritagem técnica à estrutura do edifício por um profissional, por nossa conta, da qual resultará um relatório independente que nos servirá a todos para falar com propriedade do estado do prédio”. Sobre os problemas causados no Centro LGBT referem que contrataram um canalizador “com o objectivo de resolver o problema e reparar os danos no mínimo de tempo possível”. Os responsáveis acrescentam ainda que “as casas não apodrecem por estarem ocupadas, mas sim por estarem abandonadas (…) foi a sua ocupação que produziu melhorias significativas e, sobretudo, a perspectiva de uma reabilitação de todo o imóvel”. No blogue não demonstram qualquer intenção de deixar o espaço. O próximo Sábado, 12 de Maio, é o último dia dado pela Câmara para permanecerem no prédio, que está ocupado desde 25 de Abril, em solidariedade com a Es.col.A do Porto.

 

4 Comentários

  • think!

    As “melhorias significativas” foram lavar o chão e as paredes… ah, e umas pinturas! Decerto as pessoas acompanhadas semanalmente pelo Serviço de Apoio Psicológico no centro LGBT e que não podem, há vários dias, ter as suas consultas, estão a adorar saber que a casa de cima foi lavada…! E os utentes em situações de aflição, para quem a linha de apoio telefónico é uma ajuda preciosa, ficam todos muito mais descansados!!!

  • Anónimo

    os pisos de cima não são do centro LGBT. saão da cãmara e estão abandonados. e depois também há muitos LGBT na ocupa, e esta ao contrário do que tentam passar não se tem limitado a lavar chão e paredes, mas tem um programa próprio.

  • Ricardo Loscar

    Acho esta ideia genial e a comunidade LGBT deveria estar a colaborar nesta luta.

  • pedro nascimento

    Só tomei conhecimento do caso gora mas já me confesso simpatizante dos “ocupas”. Nesta cidade com milhares de casas fechadas, não faz sentido tantas pessoas sem teto. Quanto aos lgbt que estão sem apoio psicológico, é lamentável mas não acho que a culpa seja dos “ocupas”.

    Independentemente, de os “ocupas” saberem, ou não, que iam causar esse problema quando abriram a torneira, só quem vive numa casa sem poder usar a água para tomar um simples banho é que pode falar….

    E até acho muito atencioso da parte dos “ocupas” estarem preocupados em refazer a situação, tentando fazer reparações.

    O certo é que os responsáveis pela Ilga Portugal assim como os glbt que ficaram sem apoio psicológico devem ter uma casa decente para morar e poderem tomar os seus banhos, portanto deviam tentar pensar menos neles próprios e um pouco mais nos outros…

    O verdadeiro vilão desta tipo de história não são, afinal, os “ocupas” e sim a camara de Lisboa que abandona milhares de edifícios “ao Deus dará”, pagos com o dinheiro dos contribuintes, enquanto há cada vez mais pessoas em Lisboa a lutar contra a falta de um teto para (sobre)viver….