Ódio homofóbico mata na Letónia
Atenção: artigo com conteúdo sensível.
Normunds Kindzulis, de 30 anos, paramédico foi queimado vivo à porta de casa por ser gay, na Letónia.
A chamada de atenção para este crime de ódio foi feita no Twitter esta manhã pelo utilizador bossito.
Normunds, 30 anos, paramédico queimado vivo à porta de casa por ser gay, na Letónia 🇱🇻, estado membro da UE 🇪🇺 e país onde a homofobia corre solta. O discurso de ódio tem consequências e esta morte tem responsáveis, exijo a atenção da @CE_PTrep, do @PE_Portugal e @nestrangeiro_pt https://t.co/MJsXFx7NDx
— Bossito (@bossito) April 30, 2021
Kindzulis morreu após ter sofrido queimaduras graves. Esta informação foi confirmada pela rádio letã Dace Jaunkļaviņa, que entretanto esteve a angariar donativos para as vítimas desta tragédia.
Este terrível acontecimento ocorreu na semana passada, na cidade de Tukums, situada uma hora de carro de Riga.
Durante a noite uma das pessoas que vivia no mesmo edifício acorreu à porta de Normunds que se encontrava a gritar já envolto pelas chamas. Embora este assunto ainda esteja em investigação, suspeita-se que este crime foi cometido por motivos homofóbicos.
Segundo a imprensa letã consultada pelo dezanove.pt, ambos os feridos já tinham recebido ameaças, mas a polícia de Tukums recusou-se na altura a iniciar o processo criminal.
Ainda segundo a mesma fonte a Polícia Estadual está a considerar as várias versões possíveis: está a examinar a versão do ataque de ódio e as outras circunstâncias do incidente.
Normunds Kindzulis trabalhava como paramédico desde 2015, começou como assistente médico, depois de se ter formado na Red Cross College da Universidade Stradins de Riga. Quem o conhecia de perto não poupa nos elogios: Normund era ágil, prestável e" incrivelmente enorme. Normunds tinha um conhecimento muito forte e excelente da medicina".
Kaspars Zālītis, representante da Mozaika, organização letã que defende as minorias sexuais já expressou suas condolências pelo sucedido. Também a EPOA lamentou o sucedido:
Normunds Kindzulis, a victim of the homophobic arson attack in Latvia last week, has succumbed to his injuries. Our deepest condolences to his partner and family, and to all our community in Latvia. 🖤 pic.twitter.com/IM90oTk80E
— EuroPride • EPOA (@EuroPride) April 28, 2021
Este estado membro da UE é um país onde a homofobia corre à solta. Segundo o Relatório Rainbow Map 2020 da Ilga Europa o estado letão não ultrapassou os 17% numa escala de 100 no que diz respeito aos direitos das pessoas LGBTI. Dentro da UE, com pontuação mais baixa só a Polónia (16).
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Notícia actualizada com as duas inserções do Twitter (@bossito e @europride) e lista de contactos das associaçãoes de apoio às pessoas LGBTI às 22:40