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Queer Porto 7

Entre os dias 12 e 16 de Outubro, a cidade do Porto e, mais concretamente o Teatro Rivoli, a Reitoria da Universidade do Porto, a Faculdade de Belas Artes, o Maus Hábitos e a Mala Voadora, acolherão o Queer Porto, festival internacional de cinema queer.

Uma das grandes novidades deste ano é a existência do Prémio Casa Comum, competição dedicada exclusivamente ao cinema queer português. A nova competição, que surge em parceira com a Reitoria da Universidade do Porto, pretende abrir espaço a um olhar mais atento à forma como o cinema português tem abordado a questão queer nos últimos anos, sem esquecer uma releitura da história. Assim, o programa do Prémio Casa Comum conta com vários nomes, nomeadamente o de Paulo Patrício, com a curta metragem “O teu nome é” que relembra o assassinato de Gisberta, através de depoimentos reais de amigas da vítima e de dois dos jovens envolvidos no caso. Exploram-se questões como memória, status social, violência, discriminação e identidade de género. “O Berloque Vermelho” de André Murraças, “Errar a noite” de Flávio Gonçalves, “Geografia do Amor: vol 1” de Diego Bragà, “Monólogo para um Monstro” de Pedro Barateiro, “A Mordida” de Pedro Neves Marques, o “Naufrágio” de Sebastiao Varela, “Películas” de Tiago Resende e “Tracing Utopia” de Catarina de Sousa e Nick Tyson são as outras curtas-metragens portuguesas que estarão presentes no festival.
A Competição Oficial conta com seis filmes e, a organização do evento, destaca “Tiempos de Deseo” (12 de Outubro | 16h00 e 14 de Outubro | 19h00), documentário da portuense Raquel Marques, que acompanhou a gravidez da ex-companheira, “La mif” (15 de Outubro | 22h00), de Fred Baillif, uma incursão a uma casa de acolhimento de raparigas menores que expõe as feridas de um sistema de tutela no limite e “Deus tem AIDS” (12 de Outubro | 19h00 e 16 de Outubro | 19h00), de Gustavo Vinagre e Fábio Leal, composto por um mosaico de gestos, provocações e testemunhos de artistas seropositivos brasileiros. O júri desta competição será composto pela cineasta e programadora Amarante Abramovici, pelo encenador e programador da RTP Daniel Gorjão e pelx artista Larose S. Larose
A Competição In My Shorts terá o mesmo júri e conta com filmes de escolas portuguesas, que este ano teve mais candidaturas do que em qualquer outro ano. “Buganvílias” (14 de Outubro | 16h00), de Diana Filipa e “Sobrevoo” (14 de Outubro | 16h00) de Rúben Sevivas são alguns dos filmes presentes nesta categoria.
Para além do visionamento de diversos filmes, o Queer Porto contará com uma componente de debates, após o visionamento de alguns deles – o Queer Focus. Assim, na Reitoria da Universidade do Porto, o visionamento de “The City Was Ours. Radical Feminism in the Seventies” será seguido de uma conversa com Ana Luísa Amaral, poeta, professora jubilada, pioneira dos estudos feministas e dos estudos queer na FLUP (14 de Outubro, Reitoria da Universidade do Porto - Auditório Ruy Luís Gomes, 18h00). No dia antes, “Cured” será também alvo de debate, contando-se com a presença de Jorge Gato, psicólogo clínico e docente da FPCEUP, e de Mia de Seixas, representante da rede ex aequo porto (13 de Outubro, Reitoria da Universidade do Porto - Auditório Ruy Luís Gomes, 18h00). 

“Famille tu me hais”, de Gaël Morel, um retrato de um conjunto de jovens expulsos de casa devido à sua orientação sexual, e acolhidos pela associação Le Refuge será transmitido dia 15 de Outubro. O documentário será seguido de uma conversa com Telmo Fernandes, sociólogo, representante da ILGA Portugal, e Paula Allen, psicóloga e directora técnica do Centro Gis (Reitoria da Universidade do Porto - Auditório Ruy Luís Gomes, 18h00).
A somar a toda a programação já referida, o Queer Porto, contará com a presença especial da realizadora alemã Monika Treut, nome incontornável do novo cinema queer na Europa, que irá apresentar o seu recente documentário “Genderation” que, passados mais de 30 anos, olha para os protagonistas do seu clássico “Gendernauts”, de 1986, também incluído na programação da presente edição do festival e que será seguido de uma masterclass com a mesma. 
O colectivo PROMETEU estará presente nesta 7ª edição do Queer Porto, procurando formas de voltar a humanizar o festival, através de momentos de interação com e pela comunidade LGBTQIPA+, no Maus Hábitos.
É ainda de realçar que a sessão de abertura ficará a cargo de Bo McGuire e da sua mais recente longa-metragem “Socks on Fire”, uma carta de amor cinematográfica de um neto para uma avó, que tem como pano de fundo a luta entre uma tia homofóbica e um tio drag queen, por uma propriedade.

A noite de Encerramento contará com “Au coeur du bois”, de Claus Drexel, passado no Bosque de Bolonha, e que se foca nas trabalhadoras do sexo que compõem a mitologia desse espaço.

 

Sara Lemos