No ano em que o festival registou a maior afluência de público da sua história, o filme do argentino Nicolás Torchinsky venceu a Competição Oficial. O Prémio Casa Comum foi entregue a “Spillovers”, de Ritó Natálio.
O júri da Competição Oficial do Queer Porto entregou ainda uma menção honrosa ao filme grego “Lesvia”, de Tzeli Hadjidimitriou. Na mesma secção, o favorito do público foi “Salão de Baile”, de Juru, Vitã. No Prémio Casa Comum, Rafael Ferreira recebeu uma menção honrosa pelo filme “Carta ao Pai”.
“El Polvo”, filme que aborda a memória de uma familiar trans, é «o desfazer de uma casa enquanto se restitui a vida da Tia Juli, por via de planos próximos, íntimos mas de uma simplicidade surpreendente», justificou o júri na atribuição do prémio. Sobre “Lesvia”, declarou ser «um documento relevante para a história, quase onírica, de uma ilha e do seu encontro com a comunidade lésbica».
Dos oito filmes a concurso na competição oficial, o preferido do público foi “Salão de Baile”, documentário brasileiro que retrata a cultura ballroom do Rio de Janeiro na actualidade.
No Prémio Casa Comum, que se dirige a curtas-metragens portuguesas, “Spillovers” foi galardoado «por se tratar de uma obra audaciosa e singular no cruzamento de diferentes artes (performance, música e literatura). Uma narrativa desafiadora de possibilidades ecotransfeministas explorando o trânsito de fronteiras e, deste modo, criando novas formas de expressão para as experiências e realidades queer». Já o filme “Carta ao Pai” recebeu uma menção honrosa «pela sua simplicidade e autenticidade, num registo autobiográfico capaz de criar ressonância emocional».
Na sessão de encerramento, João Ferreira, director artístico do Queer Porto, referiu que a décima edição do festival tinha sido a mais participada do público, que encheu as sessões realizadas no Batalha Centro de Cinema, no Passos Manuel e na Reitoria da Universidade do Porto.
Pedro Leitão