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Papa admite uso do preservativo em casos “isolados justificados”

Bento XVI disse que concorda com a utilização do preservativo em casos “isolados justificados”. Entre eles está a prostituição. Este pode ser considerado um passo histórico já que é a primeira vez que um Papa admite o uso de preservativo. No entanto, Bento XVI coloca um “mas” no seu uso, contextualizando que “pode haver casos isolados justificados, como quando uma prostituta utiliza um preservativo”.

Depois de muita polémica em relação ao tema, o chefe máximo da Igreja Católica diz mesmo que “isto pode ser o primeiro passo para uma moralização, um primeiro acto de responsabilidade para desenvolver a tomada de consciência de que nem tudo é permitido e que não podemos fazer tudo o que queremos”. Apesar disso, Bento XVI deixa claro que esta não é a maneira correcta e verdadeira de vencer a infecção do VIH. “É verdadeiramente necessária uma humanização da sexualidade.”

Estas declarações vão ser publicadas num livro com uma entrevista a Bento XVI, feita por um jornalista alemão. A obra vai ser apresentada na próxima terça-feira.

DC

2 Comentários

  • BdA

    Contrariamente aos meios de comunicação social portugueses, a imprensa internacional tem sublinhado os limites da abertura sinalizada pelo Papa com relação ao preservativo.

    No exemplo que deu, o Papa nem sequer se referiu à prostituição em geral, mas – bizarramente – apenas à prostituição masculina. Segundo o New York Times, “In the book, Benedict said condoms were not “a real or moral solution” to the AIDS epidemic, adding, “that can really lie only in a humanization of sexuality.” But he also said that “there may be a basis in the case of some individuals, as perhaps when a male prostitute uses a condom, where this can be a first step in the direction of a moralization, a first assumption of responsibility.”

    Tendo em conta que globalmente o SIDA é uma doença preponderantemente heterosexual, tal como a prostituição é maioritariamente feminina esta referência específica à prostituição masculina parece despropositada. A menos que esta tomada de posição do Papa seja mais uma resposta aos dilemas pessoais dos seus colaboradores no Vaticano que uma tentativa de contribuir para a luta contra o SIDA ao nível mundial.