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Para director do Sol, em Portugal casamento “é entre um homem e uma mulher”

A mais recente crónica do director do semanário Sol está a levantar polémica nas redes sociais. No Facebook, o grupo de pessoas que apela ao boicote ao jornal na próxima sexta-feira já ultrapassou as 1.500 pessoas. Em causa está o texto Dois Maridos onde José António Saraiva analisa o alegado caso de agressão de Jorge Nuno de Sá (ex-deputado do PSD) a Carlos Yanez, avançado pelo Diário de Notícias no início deste mês. O casal, entretanto, separou-se. “Mas os gays, que travaram uma luta tão grande, tão longa e tão dura para poderem casar-se, separam-se afinal com a mesma facilidade dos outros casais? Não seria normal que, pelo menos nos primeiros tempos de vigência da nova lei, procurassem ser exemplares, até para provarem aos opositores que as suas convicções eram fortes e sua luta era justa?”, questiona José António Saraiva.

“Por essas e por outras, numa recente entrevista a Manuel Luís Goucha reafirmei a minha oposição aos casamentos homossexuais. ‘O casamento é entre um homem e uma mulher’, respondi”. No mesmo texto José António Saraiva acrescenta: “Claro que dois homens podem viver juntos – sejam irmãos, amigos, companheiros ou sócios em qualquer coisa. Como duas mulheres podem viver juntas, por variadíssimas razões. E é justo que as pessoas que vivem juntas tenham certos direitos em comum. Mas, para isso, não é necessário pôr em causa as nossas referências nem baralhar os nossos pobres espíritos”.

Ao longo do artigo José António Saraiva escreve casal com aspas para se referir a um casal de pessoas do mesmo sexo. “Confesso que, até ao dia de escrever este texto, não me tinha debruçado sobre o modo como deverão tratar-se os dois membros de um ‘casal’ homossexual. Será correcto falar de ‘dois maridos’ ou de ‘duas esposas’?

Já em 2009 José António Saraiva tinha escrito um texto, intitulado A Homossexualidade está na Moda?, em que, a propósito da defesa de José Sócrates do casamento entre pessoas do mesmo sexo, relatava: “Julgo que, para esta abertura de Sócrates aos novos ventos, muito contribuiu a sua relação com Fernanda Câncio”. Na mesma crónica, o director do Sol recorda a sua passagem pelo bairro gay de Paris e analisa a homossexualidade enquanto “propensão genética”, “fenómeno de moda ou de imitação”.

 

27 Comentários

  • Pedro Dias

    Este senhor é como uma avestruz, e tem inteligência semelhante!
    Para não ver o que é uma realidade que lhe desagrada ou que teme, enfia a cabeça no chão.
    Bom que nunca a retire de lá, pois daqui para a frente, nesta área social, só vai ver coisas que não gosta.
    Como é possível que um Director de um jornal, mesmo de um pasquim semanal ao serviço de interesses económicos bem conhecidos – o da familia do Sr. Presidente Eduardo dos Santos – se dê ao luxo de em pleno século XXI escrever estas barbaridades?
    Não tem um pingo de vergonha na cara?
    O que é que achará de um branco casado com um preta, ou vive versa?
    O que achará de duas mulheres casadas uma com a outra, pretas, brancas ou mestiças?
    Parece-me um mercenário sem escrúpulos que para agradar a quem o cobre de ouro, escreve o que for preciso, mesmo que seja a dizer mal da Mãe, ou do seu próprio País, como tantas vezes tem feito no passado.
    Para mim o Sol já era coisa inútil de ler, quanto mais de comprar, mas a partir daqui nem me vou dar ao trabalho de reconhecer a sua existência, do mesmo modo que ela não reconhece a existência de algo bem real como é o casamento entre pessoas do mesmo sexo!

  • Andre

    Só por aqui se vê como as pessoas “evoluem” profissionalmente por cunha e não por inteligência e sabedoria. As pessoas que ficam mentalmente doentes deviam meter baixa ou tirar ferias. Este senhor está muito doente. As melhoras.

  • às vezes.. Campo Ourique

    muito me choca a “certeza” com que falam de famílias, quando não olham para A que possuem e talvez com sérios problemas de falta de amor, carinho, acompanhamento… faziam melhor figura se estivessem calados ou falassem dos cócós que abundam nos passeios de Campo de Ourique…

  • Luis Cabral

    Para mim chega…

    A Liberdade é um bem que muitos pagaram com a vida: É curioso ver a desfaçatez com que nela se refugiam aqueles que não a aceitam na sua plenitude. Acontece que nessa Liberdade Grande, com direitos e obrigações é necessário respeitar para ser respeitado. Como sei que esse cavalheiro nada entende do que digo, até porque tem dificuldades de interpretação da Língua Portuguesa, fica aqui o recado numa linguagem que sei que entende: Nem mais um tostão para esse jornal HOMOFÓBICO!

    E já agora, sim sou casado e sou marido do meu marido, e ele meu marido é… Onde está a confusão? Na cabeça de quem não tem mais do que se preocupar, ou de facto tem compreensão lenta e vistas curtas.

    O mais interessante é o gozo que me dá a frustração que sente, pela felicidade dos demais, quem nem artigos destes ajudam a ultrapassar.

    A mim pouco me interessa com quem os outros se casem, só quero que sejam felizes!

  • mimms

    Desde cedo que o conceito de casal se associa a dois seres de sexo oposto, venha quem vier esse conceito nunca vai deixar de existir

  • António

    A homossexualidade está documentada em mais de 450 espécies. Não percebo quem é que veio e definiu esse seu conceito “desde cedo”.

    Em contrapartida, a homofobia só está documentada numa (e todos sabemos qual).

    Diga-me lá o que é natural.

  • Nuno Alfarroba

    Este jornal só pode emanar duma direita algo fascista (actual coligação),senão veja-se o ataque que fizeram ao Primeiro Ministro José Socrates, a quando das escutas..etc etc.Pode ser que qualquer dia se volte o feitiço contra o feiticeiro.

  • Luis

    A pena que uma pessoa que deveria ser mente aberta , pois como jornalista o deveria , escreva artigos de mente pre-historica
    Aqui está um jornal que não voltarei a comprar

  • Daniel

    Sugiro o boicote ao semanario sol e o envio de queixa á ERC como aqui ja foi referenciado. Este Sr tem o direito á sua opiniao mas sem recurso ao insulto e á brejeirice! Uma vergonha!

  • Jo

    O conceito de casal e casamento geral está ligado à religião e ao que esta impõe desde os primórdios da sua existência. Por isso existe tanto preconceito. O casamento pelo “legal” é visto por muitos como uma opção bastarda, um recurso para aqueles cujo comportamento não é aceite pela Igreja Católica- (neste caso, homossexuais). Talvez pelo facto da cerimónia de casamento estar tão ligada à religião este conceito que a leitora mimms refere esteja tão enraizado nas mentes portuguesas, e que outros tipos de união (união de facto, por exemplo) sejam mal-vistos.

    Felizmente, senhores com a opinião do director do Sol são cada vez menos – sinal que finalmente Portugal está a dar uns passinhos em frente a nível de Educação e Valores Morais. Devagarinho, como de costume… O preconceito e o brain-wash que o Catolicismo (e outras religiões) fazem aos crentes é, de facto, impressionante.

    A propósito, se quer falar da antiguidade do conceito de casamento, aconselha-se o estudo de sociedades como a Grécia Antiga, berço da Filosofia, cientistas, matemáticos e artistas brilhantes. Ou a Roma Imperial. Ou o Renascentismo em Itália. Tudo sociedades com melhores valores, mais justas, em que o pensamento lógico a par com a expressão individual era fomentado numa base diária. Era bom que hoje em dia fosse assim, não era?

  • Luis

    Acho nojenta a posição do senhor. Quando (passo a citar) José António Saraiva acrescenta: “Claro que dois homens podem viver juntos – sejam irmãos, amigos, companheiros ou sócios em qualquer coisa. Como duas mulheres podem viver juntas, por variadíssimas razões. E é justo que as pessoas que vivem juntas tenham certos direitos em comum. Mas, para isso, não é necessário pôr em causa as nossas referências nem baralhar os nossos pobres espíritos” (fim de citação), ele se esquece que o mesmo se aplica à dupla de sexos diferentes, pois duas pessoas de sexos opostos também podem viver juntas, sem se casar… Afinal onde está a diferença? E qual é o seu problema, que não isso se percebe?!…

  • jorge rodrigues

    Pois, e “desde cedo” a Humanidade teve tortura, pena de morte, perseguições políticas, mulheres dependentes dos maridos, e outros nojos desses!
    Há quem ainda aí viva!

  • jorge rodrigues

    O JAS disse tudo quando falou de “pobres espíritos”! É bom ver um ser humano que se conhece tão bem a si próprio. Que pobreza de espírito, de facto!

  • anonimo

    bem ker keiramos ker não esse Srº tem razão Casamento é e sempre será entre duas pessoas de sexo oposto e não do mesmo sexo .Tal como ele kestiona num casamento entre dois elementos do mesmo sexo pergunto eu ? kem é o marido????.

  • Rui Correia

    Caro anónimo,

    lamento, mas está desactualizado. Até o indivíduo que escreveu o artigo já sabe. Só que lhe faz comichão.

    “Lei n.º 9/2010
    de 31 de Maio
    Permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo
    A Assembleia da República decreta, nos termos da
    alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
    Artigo 1.º
    Objecto
    A presente lei permite o casamento civil entre pessoas
    do mesmo sexo. (…)”

    Deixo-lhe o link:
    http://dre.pt/pdf1s/2010/05/10500/0185301853.pdf

  • Márcio

    Este senhor tem escrito vários artigos incrivelmente homofóbicos ao logos dos últimos anos. São uns atrás dos outros que até lhe parece dar um certo gozo. O meu favorito foi depois do assassinato de Carlos Castro a dizer que os crimes passionais entre homossexuais são mais violentos dos que os dos heteros. Obviamente este senhor não lê as manchetes do Correio da Manhã ou o seu próprio jornal, nem percebe nada da natureza humana ou masculina.

    É impressionante como gente supostamente culta é limitada pelos seus preconceitos ou seus pequenos horizontes.
    Entre o cúmulo da ignorância e falta de inteligência é dizer que existem adolescentes gay só por ser “moda.” Como é que alguém pode dizer que um hetero vai acordar e pensar em ter relações com outro homem e ter ou fingir ter prazer só por ser “moda”? Este senhor assusta pela sua ignorância e pelo facto de ter chegado onde está só por ser da família que é.

  • ze

    boicotar ?? onde esta a liberdade de expressão, este senhor diz o que diz e com razão. casamento gay?? mas o que é isso? um casamento é uma união entre 2 pessoas do sexo oposto, isto é uma tradição milenar, ninguém pode ignorar isso. Agora 2 pessoas do mesmo sexo juntas?? nunca poderá ser chamado de casamento, poderá ser chamado eventualmente uma união mas nada mais que isso.

  • Rui

    O canibalismo também é documentado noutras tantas espécies, na nossa, inclusive! Se formos por essa ordem de ideias, para ti, também não há problema!

  • António Miranda

    O quão ridícula essa comparação consegue ser…
    Para já uso esse argumento para comprovar que a homossexualidade é natural. Tal como o canibalismo o é se ocorre na natureza espontaneamente. A enorme e ÓBVIA diferença é que o canibalismo implica a morte de outro ser. E mesmo se estiver a referir-se a necrofagia, esta poderá ser legítima numa cultura que não a nossa com diferentes crenças, se não implicar a morte para esse fim (apesar de ser actualmente preferível evitá-la devido a doenças priónicas).
    Pelo que consta a homossexualidade não implica a morte de outros seres nem a conspurcação de cadáveres. É por isso NATURAL E LEGÍTIMA.

    Já este tipo de ignorância não é. Não apenas segundo a minha opinião, mas também de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ratificada pela Constituição Portuguesa.

  • carlos de oliveira

    Acho que o José António Saraiva, tem toda a razão no que escreveu.Em liberdade, todos os comentários são bem vindos.

  • Ricardo Salgado

    Estou totalmente de acordo com o Sr.Jose Antonio Saraiva.
    Casamento não,mas se quiserem chamar-lhe por exemplo Festa de Paneleirismo está OK.

  • diogo

    vocês fazem uma guerra de comentários para nada eu não me reconheço por ser homo hetero bi católico etc. e sim como ser humano e como ser humano tenho todos os direitos e deveres na sociedade,e para quem não sabe casamento nada tem a ver com homem e mulher pois trata se de um contrato de direitos e deveres de duas pessoas protegidos por lei agora vou passar a tema matrimonio esse sim e entre um homem e uma mulher e trata-se de um culto sem poder juridico. no casamento existe o divorcio.
    uma vez unido pelo matrimonio e para toda a vida pois não se pode fazer esse culto duas vezes,mas o que aqui se procura não e um culto e sim um estado de direito com direitos deveres para todos.eu não tenho nada a ver com a vida de terceiros da mesma forma que terceiros não tem nada a ver com a minha religião não tem poder juridico vamos parar de misturar religião com constituição

  • Syd VERDADE frontal

    Deixem director Sol dar sua visão da coisas facto e Avestruzes bizarras carnavalescas são homossexuais..Nunca souberem assumir e normal é anormal..Coitada humanidade todos fossem gays nem ninguém nascia fora e paranóica e gays não gostarem democracias e verdade clareza..:-P:-P:-P