Passos Coelho apresentou livro "Identidade e Família", que ataca “a ideologia de género” e “a cultura de morte”
O antigo primeiro-ministro do PSD apresentou esta segunda-feira um livro com textos que alertam contra a “destruição da família” tradicional e a "ideologia de género". André Ventura marcou presença no evento e sugeriu a candidatura de Pedro Passos Coelho à Presidência da República.
- Recorde-se que a expressão “ideologia de género” não é reconhecida por todos os académicos, que preferem utilizar antes “identidade de género”. O termo surgiu em textos doutrinários da Igreja Católica em 1997, escritos pelo então cardeal e futuro papa Bento XVI, Joseph Ratzinger, de acordo com um artigo dos investigadores Richard Miskolci e Maximiliano Campana, da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, e publicado em 2017 na Revista Sociedade e Estado, editada no Brasil. Desde então, a expressão tem sido utilizado por grupos conservadores como expressão depreciativa das ideias veiculadas por certos grupos feministas ou de defesa da diversidade e sexualidade.
- Note-se que esta obra também tem partes em que considera que a disforia de género está “associada a vários patologias psiquiátricas” - algo já refutado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
- Na obra também se contesta a “convicção” de que as “senhoras” foram “sucessivamente oprimidas e desprezadas” - o que ignora e desvaloriza a repressão das mulheres na sociedade portuguesa.