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Porque ser LGBTQIA+ é Moderno!

Valter Ferreira

O que as pessoas pensam que é ser LGBTQIA+ hoje em dia? Que é uma mania? Um novo modo de vida? Que simplesmente está na moda? Que é primar pela diferença só para chamar a atenção? 

É importante estar atento e alertar para todo o outro lado que as pessoas não pensam, não vêem e não sentem, porque não é o lado visível ou imediato.

É justo falar, infelizmente, ainda hoje em pleno ano de 2022, dos casos de violência ainda existentes, os crimes de ódio, os pais que deixam de falar com os filhos, que os apagam das suas vidas apenas porque o futuro que imaginaram para eles (como se esse poder fosse dos pais, quase como uma previsão de um futuro mais feliz) não corresponde à realidade da verdade presente. E todo o processo de medo que um/uma jovem sente, primeiramente com a incapacidade de perceber o que está a acontecer e aceitar-se a si próprio, depois com o medo de estar a defraudar os pais e família, com o medo de não ser aceite, com o medo do julgamento, com o medo da recusa, com o medo do abandono e de não poder vir a ser feliz junto da família que ama.

Felizmente hoje em dia, e cada vez mais, vão havendo  famílias aceitantes (percentagem ainda reduzida), mas não invalida todo o processo de sofrimento inicial da dúvida do, como vai ser quando souberem? Este sofrimento faz parte do ser moderno?

Quando um/uma jovem LGBTQIA+ consegue falar a sua verdade, ter a coragem de se expor, fazer o seu “coming out”, normalmente o medo é a força maior! Mas a necessidade de se sentir em plenitude fala mais alto, o ser 100% transparente para com a família e com quem é importante para si, de criar e repensar e organizar e rever o momento certo de abrir o coração e... esperar que corra bem! De novo a pergunta, isto é ser moderno?

Nestes tempos recentes de pandemia, em que o confinamento vigorou (e ainda vai vigorando), em que em muitos casos por ficarem em casa muitas pessoas ficaram mais próximas, ou nem por isso (viver na mesma casa e cada um fechado em sua divisória agarrado ao tablet, Netflix e telemóvel, de certo não promove aproximações) os casos de não aceitação, violência, conflitos com membros da família, perda de trabalho, o distanciamento social,  foram severos para com a população LGBTQIA+, promovendo um aumento abrupto de problemáticas ao nível da saúde mental como a ansiedade, depressão, comportamentos auto lesivos e, suicídio. Isto é ser moderno?

 

E que tal se for modernizada capacidade de amar o outro sem preconceito?

 

E que tal se for modernizada capacidade de amar o outro sem preconceito? E que tal a capacidade de deixar de ver somente o nosso umbigo e aceitar que toda a gente tem de ser feliz da maneira que lhe faz sentido? “Ah e tal, foi casado 30 anos, teve filhos e agora assumiu-se como gay, é moderno”; “Ah e tal agora diz que é bi, não é carne nem peixe, gosta de tudo, é moderno”; “Ah e tal agora vem aquela coisa de os miúdos nas escolas poderem ser chamados pelo nome que querem e ir à casa de banho uns dos outros, são modernos”! Sim, infelizmente, ainda hoje em pleno 2022 isto é visto como moderno, e enquanto as pessoas não modernizarem sim o seu modo de pensar, de agir, de ser empáticos e se colocar no lugar do outro, tentando promover uma união, plenitude, harmonia e que acima de tudo o que interesse seja o amor, ser LGBTQIA+ vai continuar só a ser moderno!

 

Psicólogo e Psicoterapeuta

Valter Ferreira

OPP nº 10986