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Foi cheia de orgulho e ao som de palavras de ordem como “Assim se vê a força LGBT!” ou “Nem menos nem mais, direitos iguais!”, que milhares de pessoas, este sábado, voltaram a vestir o centro do Porto - de onde tinham sido afastadas - com as cores do arco-íris, na “19.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto” e no “Arraial + Orgulhoso do Porto”.

 

Da Praça da República ao Largo Amor de Perdição, numa alusão aos 50 anos do 25 de Abril, ouviu-se o cântico “De cravo na mão, somos liberdade e revolução!”, slogan escolhido pela COMOP - Comissão Organizadora da Macha do Orgulho LGBTI+ do Porto. Mais que uma celebração, foi uma marcha de manifesto à resistência, porque é importante celebrar as conquistas alcançadas, mas também alertar para o não retrocesso.

Às 22 associações presentes na Marcha e aos cânticos ditados pela Batucada Radical, juntou-se a diversidade das milhares de bandeiras representativas da comunidade LGBTQIAPN. Muitos foram também os cartazes a reivindicar por mais amor como forma de luta contra a homofobia. Foram 2 quilómetros de representação da inclusão, com mais vozes dos 8 aos 80 a juntarem-se à construcção de uma sociedade mais justa e capaz de garantir liberdade para todas as pessoas.

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Já o Arraial foi fundamental para dar visibilidade às associações e colectivos da cidade que trabalham de forma voluntária no combate à discriminação e para a visibilidade dos artistas queer, num espectáculo de desfile de talento apresentado por Kitty Sweet. O Arraial ganhou uma importância ainda maior, num contexto social em que as políticas e discursos homofóbicos, transfóbicos, misóginos, racistas e xenófobos tentam promover uma sociedade retrógrada, conservadora e odiosa. Foi um manifesto de resistência e de luta pelos direitos fundamentais.

O evento esteve em risco de não acontecer este ano, após o Comando Metropolitano do Porto da PSP ter aumentado as exigências monetárias em sete vezes, em relação à edição de 2022, para assegurar o policiamento, justificando com as “ameaças e vulnerabilidades envolvidas no evento”. Felizmente, e porque num estado democrático e de direito, a garantia da protecção das pessoas em face de ameaças por parte de grupos de ódio é da responsabilidade desse mesmo estado de direito, marchamos orgulhosamente. 

 

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Filipe M. A. Caldas de Matos