Com todas as canções finalmente escolhidas para representar os 43 países participantes no Eurovision Song Contest (ESC), estará talvez na altura de fazer um balanço das selecções nacionais. O concurso decorrerá este ano em Düsseldorf, na Alemanha, cidade escolhida entre quatro a concurso com Berlim, Hamburgo, Hannover. As semifinais decorrerão nos dias 10 e 12 de Maio e a final será no dia 14 de Maio.
Os ‘big four’ (Alemanha, França, Espanha e Reino Unido), países que mais contribuem financeiramente para a realização do festival, são automaticamente seleccionados para a final. Este ano passam a ser os ‘big five’ com o tão antecipado regresso da Itália ao festival. Entre os eurofãs este tão desejado regresso é comparável ao desejo de ver o Luxemburgo de volta, país que obteve cinco vitórias no passado e que ainda não decidiu voltar.
As selecções nacionais variaram em qualidade e em método de escolha das suas canções. Desde o modelo escandinavo, com várias semifinais e uma final, até ao tradicional festival nacional ao estilo Festival da Canção, passando por uma selecção interna em que o público não intervém, os eurofãs têm seguido de perto as escolhas dos vários cantos da Europa.
Faremos agora um apanhado e review de algumas canções escolhidas. Seguiremos por ordem crescente da posição nas agências de apostas. Infelizmente isto implica começar com Portugal, país que ocupa o último lugar nas apostas. Surprising? Not really. Esta canção antiquada, desengraçada, e sem engenho falha em humor e em musicalidade. Com óptimas canções e performances no Festival RTP da Canção, Wanda Stuart entre elas, é no mínimo ridículo levar esta música a Düsseldorf. Mas o que não tem remédio remediado está, e a não ser que a Europa se sinta particularmente revolucionária e cheia de sentido de humor, não passaremos a final. É uma pena já que nos últimos anos temos conseguido óptimos resultados nas semifinais. Pouco mais há a acrescentar. Portugal vai actuar na primeira semifinal. (para uma revista mais detalhada das canções que foram a concurso em Portugal ver aqui – em inglês)
Das outras dez canções no fundo da lista de apostas está uma das minhas preferidas este ano. A Itália apresenta uma música jazz com óptima performance e muito interessante. Hélas, este estilo parece não agradar muito ao festivaleiro gosto dos eurofãs. Sérvia, San Marino, Holanda, Chipre, Macedónia e Malta apresentam músicas que não entretêm nem inovam. A Islândia e a Bélgica são duas propostas muito interessantes mas que pelos visto não agradam aos apostadores.
Das seguintes dez canções mal qualificadas nas apostas, pouco há a dizer a não ser uma referência a nuestros hermanos que levam uma canção animada, mas muito fraca. Roménia, Áustria, Albânia, Bielorrússia, Letónia, Bulgária, Eslováquia, Lituânia e Croácia vão enviar músicas fácil e rapidamente esquecíveis.
Este ano muitos eurofãs lamentam a poll [seleccção] fraca de canções a concurso. Esta é uma reclamação repetida anualmente. À medida que o ESC se aproxima, as paixões e os ódios intensificar-se-são.
Para breve um outro instalment da revista das (outras) canções a concurso.
Frederico Matos
9 Comentários
Anónimo
Post parvo e discriminatório.
O Dezanove tá em queda.
Bellini
Totalmente de acordo consigo Frederico.
Acho a musica ridicula e inapropriada a festivais e não só.
Estamos a falar de representar Portugal, não de orientações politicas.
Eu fui um dos GRANDES desiludidos do Festival da Canção deste Ano
E pelo que sei, não fui o único.
🙁
Gonçalo
Também não morro de amores pelo Festival deste ano, as músicas estão muito fracas.
Acho que gosto apenas de umas 4, 6 ou 8. Por acaso não gosto nada da de Itália. Adoro a da Albânia, e se cantada em albanês perfeito. Gosto da da Noruega apesar de ser uma mescla de Shakira com Born This Way. Mas pronto.
Talvez se tivéssemos levado este ano a Filipa Azevedo uma melhor posição se elevasse.
Acho que o Festival de 2010 foi até agora um dos melhores da modernidade.
Manel
Que raio de post! = ( A luta é alegria é a melhor música que levamos ao Festival da Canção desde…sempre… É que convém notar que o Festival da Canção e a Gala dos Travestis não são a mesma coisa.
Bellini
Que raio de comentário!!!
O que é que tem a ver a gala com o Festival da canção????
Não entendo?
Não gosto particularmente das Galas dos Travestis, pois não faz nada o meu genero, no entanto, gosto e muito (apesar de cada vez menos) do Festival da Canção.
Não sei qual é a sua mistura.
Agora dizer que é a melhor música que levamos desde sempre… convenhamos… não tem por onde se lhe pegue…
Estamos a falar de representar Portugal lá fora, não der de uma manif na Avenida!!
Ricardo Duarte
A Eurovisão tem uma longa tradição de público lgbt. Talvez até seja o maior evento lgbt (não excusivo).
Também concordo que Portugal não vai longe com esta canção por muito sentido que faça neste momento da sua história e por muito que qualquer pessoa possa concordar com a mensagem dos “Homens da Luta”. (nome que acho misógeno) Pena porque até tinhamos canções giras no Festival da Canção. Melhor sorte para 2012 Portugal.
Francisco
Eu, falo por mim estou farto da pimbalhada e pop azeiteiro que se vê no festival da canção em portugal !
Porque não inovar um bocado ? Ainda por cima neste tempo de crise, não só para os portugueses mas também para o resto da europa !
A música, como no romantismo é uma arte de propaganda e expressão ! E nada melhor como este tipo de arte para nos [povo] fazermos ouvir !
Com a ida dos Homens da Luta à Eurovisão, o objectivo não foi propriamente chegar a final ou ganhar. Mas sim passar a palavra da revolta e da luta como apoio e propaganda ao resto da sociedade !
E agora vou tocar noutro ponto. Esta música está em Português o que nem todos os países participantes o fazem. O que é uma vergonha, visto que o principal objectivo deste concurso é espalhar a cultura de cada país. Digo eu..
Outro ponto importante é o facto de o nosso som ter influências de música popular portuguesa o que raros países fazem.
Se toda a Europa estivesse consciente destes pontos, quem estava melhor representado neste momento era Portugal porque nós ainda assim continuamos fieis as nossas tradições !
Anónimo
Não percebo quais são as bases jornalisticas do dezanove. Ultimamente misturam jornalismo com artigos de opinião.
Não sabem a diferença?
Frederico
É um artigo de opiniao obviamente