A pressão exercida nas redes sociais e por associações de defesa das pessoas LGBT em Espanha resultou na mudança de regras da produtora de um concurso familiar dirigido inicialmente apenas a famílias ditas “tradicionais”.
A produtora Gestmusic Endemol fez saber na passada quinta-feira que vai corrigir a base que está no casting do concurso familiar “¿Quién manda aquí?” para que este abarque todos os casais, sem qualquer tipo de discriminação.
“Devido à polémica surgida acerca dos critérios para o casting, esclarece-se que os mesmos serão corrigidos”, informou a produtora em comunicado, onde também explicou que ao programa poderá concorrer qualquer casal que cohabite e tenha um filho de um dos membros do casal ou comum a ambos.
O concurso em causa tem três rondas classificatórias. Na primeira participam os pais, na segunda as crianças e na terceira as mães. No caso dos casais homossexuais “ficará à escolha do casal qual deles irá competir em cada ronda” afirmou a Gestmusic. No caso das famílias monoparentais far-se-ão programas especiais com duas rondas classificatórias em vez de três”.
“Queremos deixar claro que o programa está aberto a todas as famílias, sem excepção e discriminação”, sublinhou a Gestmusic, que acrescentou que os castings estão abertos até final de Setembro.
A reacção da produtora vem na sequência de um pedido da própria estação pública espanhola, a TVE, que irá emitir o programa em breve e quis esclarecer as bases do concurso com o objectivo de que “não ficasse nenhuma dúvida sobre a exclusão de algum tipo de família”.
Aquando da divulgação do programa no site da Rádio Televisão Espanhola os requisitos mencionavam que as famílias deveriam “conviver juntas de forma habitual” e que os adultos podem ser o pai e a mãe do menor ou outras pessoas que vivam com o menor de idade, mas “sempre um homem e uma mulher, que convivam todos juntos de forma habitual”.
2 Comentários
Ben Nevins
Franco e Salazar ainda estão bem vivos dentro de muitas cabeças!!
Ainda muito falta fazer por uma democracia plena em acção.
Apesar, de assím ditar a lei. Só falta fazer cumprir-La.
Não insultem Espanha, por favor!
Pedro
Tal já me ocorreu em relação ao programa da SIC, “O PODER DO AMOR”. Pois se vivêssemos num país mais reivindicativo, as associações cá lutariam mais pela igualdade e a representatividade nos media também cá em Portugal.
Aquele programa, tal como programas que abarcam as camadas mais gerais da população como a Casa dos Segredos, são super sexistas separando até os sexos nas regras, entre votações ou nomeações.