Na Gala de Encerramento do Queer Lisboa 14, além de serem conhecidos os vencedores do festival, será exibida a longa-metragem argentina “Plan B” (2009) de Marco Berger. Depois da namorada Laura (Mercedes Quinteros) terminar a relação com Bruno (Manuel Vignau) e começar a namorar com Pablo (Lucas Ferraro), Bruno engendra um plano para se vingar. Laura, uma rapariga moderna, continua a ver Bruno. Este torna-se amigo de Pablo com o intuito de desgastar e minar a relação do casal, e de o apresentar a outras mulheres. Mas surge-lhe uma outra ideia mais eficiente, um plano B. Plano esse que vai pôr a sexualidade de ambos em causa.
Diz-se que a vingança é um prato que deve ser servido frio. Quando se formulam planos de vingança tem que se ter sempre em conta o inesperado, o imprevisto, o que não se consegue controlar. Sem grandes floreados, nem cenas românticas, este filme dá-nos um retrato verdadeiro de como não se deve brincar com os sentimentos e de como a paixão pode surgir da situação mais estranha, sem se estar à espera.
Marco Berger tem a astúcia e o desplante de nos dar a conhecer uma outra Argentina. Sem uma nunca imagem estilo bilhete-postal. Tal como as personagens do filme são pessoas que de tão comuns que o são se tornam únicas e singulares. É aqui que reside a tónica deste “Plan B”. Todos temos um plano para as nossas vidas, mas às vezes vemo-nos forçados a percorrer caminhos desconhecidos e isso é tão assustador, tal como o amor o é.
O filme “Plan B” integra a Gala de Encerramento do Queer Lisboa, que está marcada para as 21h de sábado, dia 25. O filme será antecedido da projecção da curta-metragem “14.3 seconds” de John Greyson. O Queer Lisboa vai entregar os prémios de melhor filme, melhor actriz, melhor actor, melhor documentário e melhor curta-metragem.
Luís Veríssimo
2 Comentários
smar
O festival teve muito bons filmes, sem dúvida.
No entanto, gostaria de apontar para uma enorme falha, que tem vindo a repetir-se ano após ano, e que aborrece deveras.
É o facto de ser um festival para “anglófonos”. Sim, isso mesmo. Apesar de ser realizado numa capital portuguesa, onde a língua oficial é o português, notei que alguns filmes falados em português eram legendados em inglês, mas filmes em inglês não tinham legendas em nenhuma língua. E francamente, considero isso um bocado escabroso, o facto de ser um festival para uma elite que não só deve ler bem inglês, mas também TEM que compreender eximiamente qualquer sotaque, gíria e calão naquela língua. E devem imaginar, nem todos os gays portugueses fazem parte dessa elite, pelo que é triste termos na cidade um festival tão bom e multicultural, mas tão discriminatório ao mesmo tempo!
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