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Quando o campeonato são os Direitos Humanos há atletas a favor e contra a lei russa da “propaganda gay” (com vídeo)

Yelena Isinbayeva, vencedora da medalha de ouro do salto à vara no estádio Luzhniki esta semana volta a dar que falar. Desta vez não pelo mérito atlético, mas sim pela sua posição em defesa da lei anti-gay da Rússia, o seu país natal.

A atleta criticou as suecas Emma Green-Tregaro e Moa Hjelmer por estas terem pintado as unhas com as cores do arco-íris para demonstrarem o seu apoio à causa das pessoas LGBT.

Isinbayeva declarou em conferência de imprensa: “É um desrespeito para o nosso país e para os nossos cidadãos porque somos Russos. Se calhar somos diferentes dos Europeus […] Temos a nossa lei e toda a gente a deve respeitar. Quando vamos para outros países também respeitamos as suas regras. Nós [os Russos] consideramo-nos pessoas normais, homens vivem com mulheres e mulheres com homens… já vem da história.”

O corredor norte-americano Nick Symmonds demonstrou a sua incredulidade perante estas declarações numa entrevista à BBC Radio 5: “Parece-me inacreditável que uma jovem tão viajada e bem-educada pudesse ser tão atrasada. Ela disse “pessoas normais” na Rússia? Sabes que mais – há muitas pessoas russas que são homossexuais normais e também merecem ter direitos.” E continuou: “Este assunto é bastante controverso no mundo do atletismo, mesmo nos Estados Unidos. Contudo, a maioria dos atletas que conheço, principalmente da minha geração, não tem nenhum problema com isso. Eu queria competir com um adesivo arco-íris, mas disseram-me que seria preso se o fizesse.” Esta semana, durante os Mundiais de Atletismo, Nick Symmonds dedicou a sua medalha de prata a todos os seus amigos gays e lésbicas num apelo simbólico à igualdade de direitos das pessoas LGBT.

 

 

Lúcia Vieira

 

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3 Comentários

  • Miguel Silva

    Coitada, esta ainda não saiu do armário e tem inveja de quem já o fez. A repressão tem destas coisas. Cumprimentos de um heterossexual não chocado com os armários de cada um pois também tem o seu 😉

  • Fred

    Tal como cá em Portugal tivemos um periodo de 48 anos que moldou em muito a mentalidade das gerações que actualmente estão no poder e a trabalhar, na Rússia tiveram um regime medieval seguido de uma ditadura ultra-perseguidora em que os valores ditos “não-conservadores” eram perseguidos.
    Se calhar precisam de mais algum tempo, e de mais abertura, e de menos totalitarismo, a ideias diferentes.

    Penso na situação na Rússia como penso na situação nos países árabes, é um conflito enorme de interesses.

    Não que esteja a defender o ponto de vista deles, mas percebo a hermeticidade mental.

  • Filipe

    Rússia. País onde o aborto é um método anti-contraceptivo tão natural quanto a pílula. Onde floresce uma indústria da pornografia e onde abunda o tráfico e exploração de mulheres para prostituição. Onde a taxa de divórcios é elevadíssima. Onde a esperança média de vida é afectada pelo consumo exagerado de álcool.