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Quatro fins-de-semana de Feminismo em Lisboa

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Começa já amanhã o primeiro Festival Feminista de Lisboa. A iniciativa prepara-se para preencher a vida cultural da cidade entre 3 a 25 de Março. E há apresentação de novidades: um novo coro feminista, o Alarido, e uma nova revista, a Revirada.

 

Exposições, cinema, debates, workshops, intervenções de rua, concertos e até um torneio de futebol feminino são as propostas de um festival inclusivo e totalmente sem fins lucrativos. Ao longo de quatro fins-de-semana, e cerca de 40 eventos, pretende-se dar destaque a propostas artísticas que exploram a temática do feminismo, na sua vertente interseccional, e debater sobre as várias desigualdades e opressões baseadas no género. O festival decorre durante as sextas-feiras, sábados e domingos do mês de Março em vários espaços da cidade de Lisboa e todas as actividades são de entrada livre.

 

No sábado, dia 3, às 14h00, o debate que assinala o início do Festival junta a jornalista Catarina Marques Rodrigues, que apresenta o podcast Chicas Poderosas na Antena 3, e Carolina Pereira, embaixadora do projecto HeforShe em Portugal. Este debate será antecedido de uma breve apresentação do festival e terá lugar na associação BUS – Paragem Cultural.

Ainda no primeiro fim-de-semana, há um Queer Love Brunch, um jantar solidário seguido de uma festa de abertura, a inauguração de uma exposição colectiva na associação Goela, o primeiro momento de um ciclo de cinema dedicado à realizadora Paola-Figueroa Cancino, uma tertúlia sobre a importância das identidades trans no feminismo e muito mais.

 

Eis alguns destaques:

Quatro festas com concertos, dj sets e performances drag king e drag queen. As festas realizam-se sempre no Disgraça, exceto a Festa de Encerramento, que se realizará no Crew Hassan. Na sexta-feira, dia 16, realiza-se a festa Queer as Fuck, que incluirá a primeira apresentação ao vivo do Alarido - Coro Feminista e LGBT, com direcção musical de João Neves. As festas serão oportunidade para ouvir e dançar ao som de artistas como Aisha, Valentinas, Frik.são e Cometa Olímpico.

Concerto de encerramento, no dia 24 de Março, com Maria João Fura, integrado na digressão nacional de lançamento do disco “Fura”. Antes, apresentam-se as Vozes Tradicionais Femininas, grupo composto por mulheres de todas as idades que trabalham reportório tradicional português. Dj sets pela dupla Cara//Vag//Yo + Rhythm Phazer.

Debates e Tertúlias que passam pelo eixo Anjos-Intendente (Mob, Zona Franca nos Anjos, BUS) e se estendem à livraria Ler Devagar, Casa do Brasil, Bar Irreal e Tarannà. O primeiro debate é moderado pela jornalista Catarina Marques Rodrigues, apresentadora do podcast Chicas Poderosas na Antena 3. Na agenda de debates, serão abordados temas como a importância das identidades trans no feminismo, feminismo negro, imigração (com a colaboração do projecto brasileiro Papo-Preta), poliamor e formas de activismo. O ciclo inclui ainda um debate sobre a Perspetiva Feminista na Arquitetura, em co-organização com a associação Mulheres na Arquitetura, e a Tertúlia Coffee Talk, no Bar Irreal, com a historiadora Inês Brazão e o sociólogo Gilberto Moiteiro, onde se irão debater e desconstruir estereótipos de submissão femininos a partir de uma perspectiva histórica. A comunidade ecológica Tamera, sediada no concelho de Odemira, marca também presença no Festival, com a conversa Freeing Love from Fear, moderada por Aida Shibli, e que terá lugar no dia 17 de Março, no Taranná.

Doze Workshops, desde a Ternura Radical contra o Sistema Patriarcal, com Dani d´Emilia, que pretende construir formas de protesto e resistência menos violentas através de exercícios corporais e poéticos, à oficina Toque Feminino com a performer Mónica Rocha, focada na expressividade individual e criativa através da dança e do movimento. No sábado, dia 10, a escritora Judite Canha Fernandes orienta uma oficina de Escrita Interseccional na livraria Tigre de Papel. O teatro também marca presença: o grupo Madalenas Lisboa orienta uma oficina de Teatro das Oprimidas, que terá lugar no espaço da companhia, nos Olivais; e no domingo, dia 18, realiza-se no café Pequena Notável umaEditatona, sessão coletiva de escrita e edição de conteúdos para a Wikipedia. Workshops de Dragking, auto-maquilhagem, Banda Desenhada Autobiográfica e produção musical compõem a agenda.

Projecção de filmes e cine-debates: inclui ciclo dedicado à realizadora colombiana Paola Figueroa-Cancino, que pretende descentrar o debate feminista da sua perspetiva eurocêntrica, apresentando-nos a vida de mulheres parteiras, camponesas, trabalhadoras, cantoras. A Tua Voz, de Margarida Cardoso e Alexandra Alves Luís, é o pretexto para falar sobre a prática da excisão; e em Letters to the Future, Segzi Eser aborda o tema da auto-estima e dos relacionamentos saudáveis, num cine-doc que colocou mães a escreverem cartas para o futuro das próprias filhas e documentou o momento em que estas foram entregues.

Queer Love Brunch, na manhã de domingo, dia 4, na Zona Franca nos Anjos. O Queer Love Brunch é um brunch com amor queer servido no primeiro domingo do FFLx, com música ambiente e preços baixos.

- A Feira de Zines, no fim-de-semana de 10 e 11 de Março, nos Anjos 70, será uma oportunidade única para conhecer edições independentes, ilustração e projetos artísticos de mulheres, pessoas LGBTQ+ e não binárias, dedicadas à temática do feminismo. Durante a feira, terá lugar a apresentação da Revirada – Revista Feminista.

Exposições e vídeo-instalações na Traça: no dia 16 de Março, terá lugar um Sarau Feminista que reúne propostas de vários artistas. Será apresentado o vídeo “Eu falo, não me calo”, de Alícia Videiros, realizado com base em testemunhos reais sobre assédio em espaços públicos da cidade do Porto.

As crianças não foram esquecidas: haverá dois eventos especialmente dedicados a elas. No dia 18 de Março, terá lugar na Ler Devagar uma matiné infantil com espetáculos de marionetas e novo circo. Serão apresentados L'Ira da Princesa Mentira, de Ornella Castellana, e A Lavadeira, de Marta Faria. E no domingo, dia 25 de Março, a Zona Franca nos Anjos recebe o Gerador de Histórias com Os vestidos do Tiago, um espetáculo musicado a partir do livro com o mesmo nome de Joana Estrela, que reflete sobre estereótipos de género.

Never yours |Tattoo Weekend, nos dias 24 e 24 de Março, na Rua das Gaivotas 6: um fim-de-semana inteiramente dedicado à tatuagem assinada por mulheres tatuadoras. O objectivo é duplo: criar um espaço seguro e acessível de reunião para todas as pessoas amantes da arte de tatuar e elevar o trabalho da mulher tatuadora na sociedade.

 

Está neste momento a decorrer uma campanha de crowdfunding tendo em vista apoiar a realização das actividades do Festival: https://gogetfunding.com/festival-feminista-de-lisboa-2018/