Que sigla.usar? LGBT+, LGBTQ+, LGBTQI+, LGBTIQ+, LGBTQIA+ ou LGBTIAQ+?
Está longe um consenso na sigla para a comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais, recorrendo ao símbolo '+' a representar outras sexualidades e identidades de género.
Começa agora a ser mais usada a sigla LGBTQIA+. Resolvi por isso fazer uma pequena sondagem durante uma semana sem qualquer valor ou rigor técnico, apenas com a finalidade de ter alguma base para o que aqui abordo. Qual a sigla mais correcta?
Recorri a páginas do Facebook, duas portuguesas e três internacionais todas dirigidas à comunidade a fim de tentar compreender melhor a opinião das pessoas.
Na sondagem perguntava qual a sigla que pensavam melhor representar a comunidade. Assim apresentei várias hipóteses, a saber, LGBT+, LGBTQ+, LGBTQI+, LGBTIQ+, LGBTQIA+ e LGBTIAQ+.
Sem grande surpresa na soma dos resultados nas páginas nacionais a escolha recaiu com destaque em LGBT+ e LGBTQI+, tendo sido acrescentado por um membro de uma das páginas a palavra QUEER representando todas as individualidades da comunidade.
Nas páginas internacionais já a mais votada foi LGBTQIA+, mas ficando logo a seguir a LGBT+.
Perante estes resultados, que valem o que valem, confirma-se que há uma falta de entendimento na comunidade quanto à sigla que a represente.
Da sigla inicial GLS e mais tarde GLB dos anos 70, esta tem evoluído ao longo do tempo. Na década de 80 passou a usar-se de forma generalizada a sigla LGBT.
Com a evolução da compreensão das questões de género a letra ‘T’ passa a ter dois significados. De se referir apenas à transexualidade, passou a representar na sigla as pessoas transgénero.
Com o início do novo século passou a ser recorrente a sigla LGBTQ+, sendo assim mais abrangente. O sinal ‘+’ refere-se a todas as demais formas de sexualidade, identidades de género e de género fluido.
A sigla completa que é mais usada, é LGBTQIAP+ que significa Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e o ‘+’ que representa outras sexualidades e identidades de género.
As diversas siglas não são consensuais no mundo inteiro. As escolhas no continente americano predominam, mas sofrem algumas variações na América do Sul. Na Europa as preferências diferem de país para país. Para os lados asiáticos e africanos também diferem entre países e sobretudo influenciadas pela aceitação de pessoas da comunidade nas suas culturas e legislações.
As diversas siglas não são consensuais no mundo inteiro.
Seria solução, uma entidade de nível mundial definir uma sigla a ser usado de forma igual em todo o mundo? Não creio que a solução passe por essa ‘imposição’ numa comunidade que na sua génese tem a diversidade e a diferença como base na sua existência.
Em Portugal não é diferente do resto do mundo. Não há uma consensualidade quanto à sigla e tendo em conta que é um país onde os direitos da comunidade já estão muito bem espelhados na Lei, embora ainda haja muito ainda a conquistar.
Entre as várias organizações, associações, activistas e pessoas em geral há preferências diferentes. Não há uma sigla que se possa dizer que é a correcta ou que esteja errada.
Façamos justiça à pluralidade da comunidade e que cada pessoa escolha a sigla em que sente melhor enquadrada e representada.
Por mim confesso que me agradou bastante uma sugestão que veio de Amesterdão na Holanda, evitar o recurso a siglas, porque ‘fica sempre alguém de fora’ e adoptar como forma de fazer referência à comunidade, ‘Família Arco-Íris’ e ‘Comunidade Arco-Íris’.
Vou pensar nisso.
Miguel Rodeia