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Quim Barreiros canta “Um casamento panasca com muita animação” (com vídeo)

“Os políticos aprovaram o casamento gay. Nem todos estão de acordo com a aprovação da lei. O Zezinho paneleiro casou com o Manuel das tricas. E convidaram a família, os amigos e os maricas. Um casamento panasca com muita animação.” Este é uma das passagens da música Casamento Gay de Quim Barreiros, que integra no novo álbum Deixa-me Chutar e que está a gerar várias críticas entre a comunidade LGBT.

 

Ao Correio da Manhã o cantor referiu que desconhece o significado das palavras “homossexual” e “homofóbico”, mas, continuou, “sei o que é um paneleiro. E fiz uma cantiguinha usando o português corrente, porque o meu público não vai à Gulbenkian”.

Paulo Jorge Vieira, da associação Não Te Prives, considerou, em declarações ao JN, que “este é um registo de um cantor profundamente sexista, que usa palavras que são claramente usadas como fonte de discriminação contra a qual lutamos”. Também João Carlos Louça, activista das Panteras Rosa, considerou ao JN que Quim Barreiros “acrescenta ao extremo sexismo de composições anteriores, a homofobia mais primária, no mau gosto de sempre. Ele próprio tenta vender um estereótipo de macho latino boçal, que nada corresponde à percepção que hoje o conjunto da sociedade tem dos temas da igualdade e dos direitos humanos”.

No YouTube, sucedem-se os comentários homofóbicos à canção. É o caso do utilizador do YouTube bynia6, que escreveu: “Grande som pós gays! ponham este som a tocar no vosso suposto casamento! vocês são anormais deus criou nos para termos mulher! Doentes.” (sic)

3 Comentários

  • gaymaster

    Grande Quim Barreiros! Gostei do assunto e da letra… Se os(as) Ex.mos Srs(as) Gays deste pais não gostaram, tapem os ouvidos. Também há muita gente em Portugal que não gosta de ouvir as ideias e os valores de V.Senhorias mas infelizmente tem que os gramar em horário nobre nos meios de comonicação social (tal é o poder dos seus lobies).

  • Paulo

    Isto é a homofobia à portuguesa nos seus aspectos mais primários com a benção da Igreja Católica. É ver o senhor Joaquim a desfilar nos bailes das próquias para agrado do povinho e com a complacência dos curas das aldeias. Penso cada vez mais que, quando se fez a revolução do 25 de Abril se tivessem pendurado alguns nos candieiros não se perdia nada! O fascismo homofóbico passou-se de pantufas para Democracia e ainda hoje se manifesta o seu ódio à diferença. E o mais grave é que vai deixando sementes para as novas gerações. Sou contra a CENSURA (tal como a praticavam os ditadores antes do 25 de Abril) Mas uma democracia plena não se compadece com atitudes homofóbicas, rácistas ou discriminatórias como esta. O PORTUGAL DEMOCRÁTICO não pode permitir este tipo de atitudes. Uma só resposta uma PETIÇÂO para que a homofobia tal como o rácismo sejam banidos de vez dos meios de comunicação social. Se o Sr. Joaquim começar a ser Censurado das televisões e rádios…. talvez algumas cabeçinhas ocas começam a pensar.

  • Nuno

    Paulo, eu não gosto da canção e, se ainda achava alguma piada ao artista, agora risquei-o definitivamente. Até porque, como ele próprio disse, “o meu público não vai à Gulbenkian” e eu vou.
    No entanto, não posso concordar nunca com a censura. Censura é sempre censura, é sempre má e não ajuda nada. A censura faz esquecer que há um problema como a homofobia. Mais vale criticar e denunciar os actos homofóbicos de modo que toda a gente possa aceder e reflectir sobre o assunto.
    Pessoalmente, não vejo a canção como homofóbica. É de um extremo mau gosto, preconceituosa e perversa tal como toda a obra do artista e o público que a ouve. Mas censurá-la seria errado e, aberto um precedente, teríamos que censurar outras canções igualmente preconceituosas como “Loura burra” do Gabriel, o pensador. E por aí fora até termos asfixiado a liberdade de expressão.