Regresso a 2019 ou uma nova realidade
Não podia deixar de escrever sobre este momento que Portugal está a passar e ultrapassar.
Para quem duvidava ou mesmo pensava o contrário - fomos todos iguais. Somos todos iguais.
É a primeira lição a tirar desta pandemia de que agora se vislumbra o possível fim. Espero que as pessoas tenham sentido e entendido, o ser-se igual a todos os outros, independentemente de estrato social, raça, etnia, género, sexualidade e credo.
Todos tiveram essa oportunidade, perante este vírus, de aprender o sentido da igualdade.
Verdadeiramente ninguém sabe muito bem como será a 'nova realidade', de que tanto se fala, provocada por esta pandemia.
As escolas e professores perceberam que podem dar aulas sem ter de ser na sala de aula. Por seu lado os pais viram-se forçados a ter o papel educativo que muitos não sabiam como o fazer.
Fica aberto um caminho para um ensino misto entre o tecnológico e presencial.
O Estado e as empresas perceberam que o teletrabalho funciona e vão reequacionar o seu funcionamento e o tamanho das suas instalações.
Por outro lado, os funcionários perceberam que com o teletrabalho podem ter mais qualidade de vida, não perderem horas em engarrafamentos, gastar dinheiro em almoços, ter mais tempo em família, ter mais tempo para si próprio.
Agora o País vai gradualmente a laborar para o início retoma da economia, mas vai passar ter em conta estas novas percepções adquiridas.
Um sem fim de coisas, que agora as pessoas foram forçadas a aprender a fazer à distância, vai mudar hábitos e costumes.
Ainda está toda a gente a tentar perceber o que será essa 'nova realidade’. Ninguém sabe como vai ser, pode-se apenas fazer extrapolações e especulações.
O uso da máscara, embora não obrigatório em muitas situações, tornou-se parte integrante na nossa indumentária. A distância social será parte do comportamento instintivo individual. Os serviços, escolas, empresas vão-se modificar e readaptar aos novos tempos.
É espectável que, haja um aumento de casos e que será agravada com a chegada da época gripal.
Temos de estar preparados psicologicamente porque poderá acontecer tudo outra vez.
O confinamento, a suspensão de serviços, aulas, empresas, etc… E assim teremos de viver.
Citando o epidemiologista Mário Jorge Santos: "As pandemias mudam a história e a maneira de viver".
Com a vacina poderemos pensar em como se irá reajustar a sociedade, com novos valores e com a aprendizagem adquirida.
Então aí falaremos de uma normalidade que será aquela que colectivamente iremos construir.
Não ‘nova’, apenas diferente.
O SNS foi forçado a regenerar-se de um dia para o outro. Percebeu-se que o sistema de funcionamento podia mudar, diminuir o número de pessoas nas consultas externas, nas salas de espera e que muitos actos médicos podem ser feitos à distância por telefone, por e-mail, até por SMS.
Agora, sem o peso da pandemia o SNS deve utilizar o aprendizado para um atendimento ao doente diferente.
Com muitas dúvidas e poucas certezas, mas com grande esperança que se use esta adversidade para todos fazermos uma sociedade e um País melhor.
Pessoalmente, olho o futuro com alguma tranquilidade.
Havemos de nos levantar e enfrentar o futuro. Tudo depende de nós e da nossa atitude individual.
Miguel Rodeia