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Ser LGBTQI+ eis a questão

Ana Rodrigues

Nos dias que correm é, efectivamente, imperativo ser diferente. Ou será que podemos dizer que ser diferente ainda incomoda muita gente e fá-las retorcer o nariz e afastarem-se como se os outros fossem extraterrestes ou tivessem uma doença contagiosa?

Mas isto de ser diferente tem muito que se lhe diga. No fundo, somos todos diferentes, no aspecto físico e na forma de ser e de estar na vida. Desde sempre que existe este estigma de que um homem e uma mulher nasceram para ficarem juntos: conhecerem-se, enamorarem-se um pelo outro, casar e ter filhos ponto. Como se isto fosse ou tivesse de ser regra geral. Mas não tem de ser. Sempre ouvimos afirmar que tudo o que seja contrário a esta ideia (de alguém do sexo feminino e masculino ficarem juntos "para sempre") é "aberração" e obsceno. Mas deixem-me dizer que não é. Obsceno é não aceitarmos os outros como são. E estou cada vez mais certa de que quando rejeitamos os outros é porque estamos mal resolvidos connosco próprios, é como se estivessemos a repudiar os outros por algo que também nos é intrínseco, ou seja, é como se nos estivessemos a ver no outro e estejamos em negação, com medo que alguém descubra que também não seguimos a norma.


"estou cada vez mais certa de que quando rejeitamos os outros é porque estamos mal resolvidos connosco próprios, é como se estivessemos a repudiar os outros por algo que também nos é intrínseco, ou seja, é como se nos estivessemos a ver no outro e estejamos em negação"

Pertencer à sigla como Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero, Queers ou Intersexo não é ser-se  atípico; não é ser-se diferente; não é ser-se aberração ou os "coitadinhos" ou os que se armam ou querem chamar a atenção. 

Quando se nasce não se nasce a amar. Aprende-se a amar. Nascemos como "tábuas rasas", (pelos menos foi o que aprendi em Psicologia) e à medida que crescemos somos como "esponjas" que vamos absorvendo tudo o que nos rodeia. Aprendemos a falar de determinada maneira, e o mesmo acontece com a roupa que vestimos, as pessoas com quem dialogamos melhor, aprendemos a gostar de umas coisas e menos de outras. Contudo, o mais difícil não é aprendermos a falar usando estrangeirismos ou expressões como "fixe" e "bué". O mais difícil é crescer e perceber que das duas uma: ou seguimos a norma e somos supostamente aceites, mas infelizes ou assumimo-nos como (como loiros, LGBTQI+, magros, gordos, inseguros ou seguros de nós próprios e etc.) e somos felizes com aquilo que somos.

Há pessoas que namoram, casam e constroem uma família para agradar à família (a isto eu chamo de fantochada), vivem vidas irreais, de plástico, assumem uma personagem que na realidade não existe e na meia idade assumem-se (a isto eu chamo de coragem) - coragem para sair do inferno e finalmente correrem atrás da felicidade sem olhar para trás- claro que as esposas ou esposos merecem respeito e os filhos, quando os há também, mas desistir de algo que não faz sentido e ir em busca da felicidade é termos respeito por nós e pelos que amamos; e depois temos os que vivem uma vida inteira numa mentira e morrem assim: infelizes, sem alguma fez ter visto a luz da alegria e da concretização dos sonhos - esses são sofredores e nunca tiveram a coragem dos primeiros que ainda foram a tempo de recuperar uma vida se sonhos.


"desistir de algo que não faz sentido e ir em busca da felicidade é termos respeito por nós e pelos que amamos; e depois temos os que vivem uma vida inteira numa mentira e morrem assim: infelizes, sem alguma fez ter visto a luz da alegria e da concretização dos sonhos"

 

Nem todos nascem para casar e procriar e até aqui tudo bem. Os LGBTQI+ também podem ter filhos e serem bons pais. Por alguma razão existem tratamentos de fertilização e adopções.

Procurem a vossa paz interior, pois ela é impagável. Sejam o que os vossos corações vos pedirem. Sejam felizes. Agora e Sempre!

 

Ana Rodrigues