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SLR: "Are we really trying?"- "estar a um ponto de fugir de tudo e querer viver o “eu” ao máximo"

Slr

Fomos entrevistar os SLR, uma banda com origens no Porto e que nos traz uma mensagem de diversidade. 

Quem são os SLR? Explicando já agora quem são também o Bruno e o Luís.
Os SLR nasceram em 2018, e este é o projecto musical de Bruno Moreira e Luís Água.
Bem, informalmente os SLR são o sítio onde podemos ser nós próprios. É onde escrevemos sobre o que nos vai no coração. Temos várias influências, desde o mainstreams ao hyper-pop, e estamos constantemente a mostrar coisas novas um ao outro e influenciar o que ouvimos. No final, sempre que nos juntamos para compor vemos o reflexo de tudo isso a surgir e é muito gratificante porque os SLR seriam muito diferentes sem qualquer um de nós. Eu (Bruno) sou o mais lamechas dos dois e passo a vida a escrever notas no iPhone sobre o que me vai na alma. Já eu (Luís) estou sempre a enviar novas demos ao Bruno de melodias e instrumentais. Às vezes, a partir do que o Bruno me envia e noutras nem uso palavras. Como agora vivemos a 300 km de distância, temos tido uma experiência de composição mais intensa, porque o tempo juntos é sempre pouco e foi numa dessas sessões super intensas que no ano passado compusemos a Are We Really Trying?

 

Are We really trying

Como surgiu o single “Are We Really Trying?”? Qual o conceito do videoclipe?

Tirámos quatro dias para fechar o EP. Tínhamos muitas notas com possíveis letras e várias gravações com possíveis melodias. Para este single foi muito fácil. O sentimento da letra estava bem presente em mim (Bruno), pois tinha passado por um término de relação bem dramático. Se me chamassem o “rei da sofrência”, não poderia negar que me assenta que nem uma luva (risos).
Fomos apenas escrevendo sem, em algum momento, pensarmos que esta canção seria um single. (Luís) - o que acredito que nos tirou o peso de ter de ser incrível. Mas quando o Choro (produtor do single) nos enviou a primeira versão, olhámos um para o outro e sentimos que as nossas contas estavam todas mal feitas e teríamos de mexer na matemática porque a “Are We Really Trying?” tinha de ser o nosso próximo single. Para o videoclipe, queríamos muito explorar a ideia de estar a um ponto de fugir de tudo e querer viver o “eu” ao máximo.

 

Quem é a Isa que aparece no videoclipe?
A Isa é uma jovem que se sente perdida na sua relação e que não quer viver somente agarrada às memórias. Sente-se jovem e com muita vontade de viver, portanto só quer fugir da escuridão para onde sente que caminha. A Isa é bissexual e não tem medo de ser quem é. Ao longo do videoclipe, está sempre a tentar libertar-se das suas memórias e assumir o seu verdadeiro “eu”.

 

Qual a ligação do tema ao mundo LGBT?
Bem, acho que essa ligação passa em primeira instância por ser escrita sobre uma relação homossexual. Mas o propósito não é ser rotulada, porque somente fala sobre amor. Em músicas anteriores, como a “Lost In Thoughts" por exemplo, está bem marcada a referência ao mundo homossexual quando samplamos o som da dating app mais utilizada para encontros gay.

E aí tinha mesmo de ser porque era o que estávamos a sentir e nada de mal nisso (risos).

 

Vem daí uma curta metragem, certo? Qual é a ideia?
Sim, é a nossa intenção. Ambos somos formados em cinema e quando criamos algo, não conseguimos separar as palavras ou os sons da imagem, portanto gostamos muito de continuar o processo de criação de cada música até aos vídeos. A Isa e o Mário foram personagens escritas a pensar numa narrativa mais longa na qual o nosso EP será a banda sonora. O próprio processo de alinhamento e até mesmoescrita das músicas para o EP foi sempre pensado numa perspectiva de criar uma estrutura narrativa. Queremos que, ouvindo o EP ou vendo o conteúdo audiovisual do mesmo, sintam que acompanham o crescimento de alguém através do processo de perda de um grande amor para encontrar o amor nele mesmo.

 

Vão marcar presença na Marcha do Orgulho LGBT do Porto, contem-nos tudo sobre isso.
Sim. E estamos muito felizes por participar num evento LGBT+ com tanta importância social. Se podemos fazer algo para as nossas vozes serem ouvidas por mais pessoas, então estaremos lá cheios de orgulho, e certamente a ajudar a animar um dia tão colorido.