A ideia de comemorar este dia anualmente surgiu no começo do século XX, através de diversos episódios que marcaram a luta das mulheres trabalhadoras, onde vários movimentos surgiram para proclamar melhores salários e condições de trabalho, lutando assim pelo direito ao voto e também o direito à educação, fortalecendo assim a batalha pela igualdade e equidade de género. 

É triste pensar que as nossas antepassadas lutaram tanto para alcançar todos estes direitos para si mesmas e também para as gerações futuras, e ainda assim não estão conquistados nem assegurados. 

Vamos falar acerca do nosso país, o crime mais denunciado e recorrente em Portugal é o de violência doméstica, onde durante o ano passado cerca de 8.400 denúncias foram relatadas às autoridades, fora ainda as mulheres que têm medo e vergonha de denunciar.

Relativamente à diferença salarial entre homens e mulheres, continua bastante significativa, onde as mulheres recebem em média 12,5% menos do que os homens pelos mesmos cargos.

Pelo nosso mundo fora, ainda existem inúmeras meninas e mulheres sem quaisquer tipo de direitos, cerca de 122 milhões de meninas sem acesso à educação básica, muitas não tem o direito ao voto, à integridade e autonomia dos seus corpos, ao trabalho, a ocupar cargos políticos, à vida, à saúde, ao livre pensamento. 

Enquanto todas as meninas e mulheres não tiverem todos estes direitos assegurados e enquanto este sistema patriarcal e esta sociedade machista existir, A NOSSA LUTA CONTINUARÁ POR TODA A ETERNIDADE!

Por isso, hoje, dia 8 de Março saímos à rua em várias cidades do país. A luta contra o patriarcado continua, somos as filhas e netas das bruxas que não conseguiram queimar!

Inês Fontão (Dirigente e Activista da Humanamente)