Durante a Idade Média denominava-se as relações entre pessoas do mesmo sexo através da palavra sodomia, e os respectivos indivíduos eram designados como sodomitas. Na Idade Moderna passou a haver a designação de fanchonice, e os respectivos indivíduos eram designados fanchonos. A partir do século XIX passou a haver a designação de homossexualidade, e de homossexuais. Sodomia, sodomitas”, fanchonice e fanchonos”, são designações que caíram em desuso. As designações de homossexualidade e de homossexual ainda continuam a ser usadas.
O meu nome é João Caldas, conhecido por ser um defensor dos direitos das pessoas que usam drogas e experiência na área de redução de danos. Mas também sou, e provavelmente muito mais conhecido, como o meu alter ego, Mary Poppers. Uma drag de barba, tanto divertida como agressiva, sex and body positive, com uma postura política fincada na existência como resistência. E hoje falo convosco sobre tudo isto, mas trago para a mesa um assunto que me tem inundado a cabeça, sobre o qual ainda estou a criar pensamentos e diálogos, criados muitas vezes pelo João e pela Mary; o não binarismo como identidade de género.
“Vestir Estratégias para Despir Normas” é uma exposição criada por Tales Frey, artista brasileiro, que se centra na pesquisa visual das abordagens do corpo, das suas identidades e subjectivações.
Muito antes do Manhunt, do Grindr, do Scruff, ou do Tinder redefinirem as possibilidades de articulação entre homens gays, já os dark rooms – e outros espaços de cruising (saunas, bares, drag balls, discotecas) – existiam como espaços de construção de cultura, de fomento político-ideológico, e de resignificação das identidades LGBTQI+.