O SOS Racismo apresentou ontem, no Ministério Público, uma queixa crime contra as pessoas responsáveis pela convocatória de uma manifestação/marcha em Lisboa, denominada “Manifestação Contra a Islamização da Europa”, marcada para o dia 3 de Fevereiro de 2024, em Lisboa.
Não é nada fácil escrever sobre o massacre de Orlando. E não por não ser evidente que se trata de um ataque homofóbico, já que o alvo e o propósito o provam sem qualquer margem para dúvida. O problema é que a verdadeira catadupa de explicações contraditórias dos factos e respectivas explorações políticas e ideológicas o complicam num emaranhado extremamente difícil de destrinçar. Pode-se mesmo dizer que cada simplificação só obscurece e piora a compreensão de um crime trágico sobre o qual, por outro lado, não se pode fazer silêncio.
Anders Breivik, de 32 anos, autor confesso dos atentados de Oslo define-se como “cristão conservador” de direita . Entre as posições defendidas num extenso manifesto islamófobico com mais de 1500 páginas, “2083 - uma declaração Europeia de Independência”, está a acusação de que os muçulmanos querem exterminar minorias, como os homossexuais, ao mesmo tempo que acusa os próprios homossexuais de conivências “marxistas” e “multiculturalistas”.