O arco-íris pode ser uma ponte?
As pontes entre a Igreja Católica e a comunidade LGBTI+
As palavras desenham realidades, e tanto podem construir jardins floridos como destruir sonhos de criança.
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As palavras desenham realidades, e tanto podem construir jardins floridos como destruir sonhos de criança.
Numa entrevista a uma revista espanhola o Papa Francisco afirmou que as pessoas trans [como devem ser referidas] são “filhos de Deus”. A entrevista foi concedida antes da Jornada Mundial da Juventude, mas só foi agora revelada.
Ligamos a televisão e o telejornal despende mais de uma hora com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Poderíamos falar do financiamento que este evento obteve, proveniente dos nossos impostos, contudo, existem muito mais provas de que não vivemos num estado verdadeiramente laico, pois quando entramos num hospital, vemos os santos e as cruzes penduradas em muitas das salas e quartos. Quem foge da norma, teme encontrar alguém fundamentalista, que lhe critique as tatuagens ou a orientação sexual e não faltam relatos sobre isso mesmo.
O ano passado, no que poderia ser chamado “o mês da vergonha”, que se seguiu ao Mês do Orgulho, tive oportunidade de referir que, como uma alegoria para o fenómeno mental da dissonância cognitiva, era vergonhoso pensar-se em dar (literalmente) palco a um mega-evento da Igreja Católica Apostólica Romana (vulgo ICAR), ao mesmo tempo que se começava a falar dos resultados preliminares da comissão independente de inquérito (projecto “Dar Voz Ao Silêncio”) sobre o drama das crianças abusadas por essa mesma instituição, num artigo em que listei muitas das razões pelas quais considero a ICAR como a fonte moral de praticamente todos os preconceitos contra mulheres e minorias no Ocidente, muito em especial a comunidade LGBTQIA+.
A revista Visão noticia que esta tarde um grupo de católicos invadiu uma eucaristia direccionada para a comunidade LGBTQIA+ que decorria na igreja da Ameixoeira, em Lisboa.
Um curto vídeo com cerca de 30 segundos a mostrar uma bandeira LGBTIQA+ tornou-se viral no Twitter (agora X) no primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). No vídeo vêem-se vários participantes a manifestarem-se contra o facto de um outro participante da JMJ estar a empunhar uma bandeira LGBTQIA+.
O Movimento Sopro pode ser definido como um conjunto de pessoas católicas, cuja principal missão é a de criar pontes entre a comunidade LGBTQIA+ (incluindo amigues e família) e a Igreja Católica Portuguesa. O dezanove.pt falou com Bárbara Gardete, um dos membros da equipa de coordenação.