A fotografia de Gauthier Destenay continua a dar que falar. Esta sexta-feira o primeiro cavalheiro do Luxemburgo, casado em 2015 com o Primeiro-Ministro Xavier Bettel, fez furor nas redes sociais e na comunicação social por ter posado oficialmente com as esposas e parceiros dos líderes da NATO.
Não é a primeira vez um primeiro-ministro homossexual em funções irá casar-se com um parceiro do mesmo sexo. Aconteceu em 2010 na Islândia com Johanna Sigurdardottir. Agora é a vez do primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, se casar com Gauthier Destenay, arquitecto de profissão.
Depois de cinco anos de debate, o Luxemburgo tornou-se, esta quarta-feira, o 11º país europeu a reconhecer o direito de casais do mesmo sexo casarem, juntando-se aos Países Baixos (2001), Bélgica (2003), Espanha (2005), Suécia e Noruega (2009), Portugal e Islândia (2010), Dinamarca (2012), França e Reino Unido (2013).
O próximo primeiro-ministro do Luxemburgo poderá ser Xavier Bettel, líder do Partido Democrático, presidente da câmara da Cidade de Luxemburgo e homossexual.
Apesar de Portugal ser um dos poucos países do mundo que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a forma como a comunidade gay masculina vive a sua orientação sexual ainda está longe da aceitação total. Segundo os resultados preliminares do estudo EMIS (The European MSM Internet Survey), a maioria dos homossexuais masculinos portugueses continua dentro do armário, uma situação bastante distante da que se verifica na generalidade dos países da Europa Ocidental e que só encontra paralelo com a Europa de Leste.
“Queres fazer parte de uma coisa em GRANDE?” foi o slogan a que mais de 180 000 homens que têm sexo com homens (HSH) responderam. Trata-se do Projecto EMIS (European MSM Internet Survey) que esteve disponível online de Junho a Agosto deste ano e que foi aplicado em simultâneo em 31 países europeus. O estudo pretende retratar de forma abrangente os comportamentos sexuais, conhecimentos sobre o VIH, acesso aos cuidados de saúde e vivências pessoais associadas aos comportamentos homossexuais.
Em Portugal o estudo divulgado em sites, blogues, redes sociais, revistas, bares para HSH e associações obteve mais de 5400 respostas. Este número equivale, em proporção ao número de habitantes, ao país com a quarta maior participação a nível europeu, só ficando atrás da Alemanha, Suíça e Luxemburgo.
Por cada 10 000 habitantes obtiveram-se 5,1 respostas provenientes de todos os 18 distritos e das duas regiões autónomas. Foram ainda recebidas respostas de estrangeiros a viver em Portugal.
Os resultados e relatórios preliminares serão publicados a partir de Dezembro e fornecerão dados relevantes para a planificação e implementação de intervenções de prevenção e de serviços de saúde sexual para HSH.