No Dia Mundial do Livro apresentamos-te o romance "Aquele que é digno de ser amado" de Abdellah Taïa, escritor marroquino de 50 anos radicado há 20 anos em França. Um homossexual não esquece as suas origens ao longo das páginas dos seus livros, muito deles já premiados. O seu romance "L’Armée du salut" foi inclusive adaptado ao cinema. "Aquele que é digno de ser amado", livro que se consome rapidamente, faz-nos reflectir sobre os tempos que vivemos na Europa de hoje.
Está a aumentar a homofobia em Marrocos. Desta vez, o foco foi uma instagramer trans marroquina, que vive na Turquia, e que incentivou a homofobia no seu país de origem. Ela mostrou como instalar a app e localizar gays no Grindr, uma aplicação de encontros dirigida a homens que têm sexo com homens.
Os direitos da população LGBT de Marrocos voltaram à ribalta depois de ter ficado online um vídeo onde se vê dois jovens homossexuais a serem agredidos no interior de uma casa em Beni Melal, no centro de Marrocos.
Dois jovens foram acusados pelo homicídio violento de um homem gay na Suécia. Os alegados atacantes são classificados como “crianças desacompanhadas” de 16 e 19 anos e são provenientes de Marrocos, onde a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo ainda é crime.
O Ministério do Interior de Marrocos informou na passada quinta-feira que dois homens marroquinos Lahcen e Mohsine tinham sido presos e uma mulher espanhola expulsa do país. O motivo prende-se pelo que o ministério considera de "exposição indecente".
Uma pequena mudança na letra da sua música “She’s all I ever had” foi o suficiente para Ricky Martin demonstrar que não existe nada de mal entre o amor de dois homens. O episódio passou-se no início do mês em Marrocos, um país onde ser gay é crime.
Não tem havido sinais de grande proximidade entre a religião muçulmana e as questões dos direitos das pessoas LGBT, mas o tema está a suscitar interesse, seja na vida real, seja no cinema.
As Nações Unidas retiraram a referência à orientação sexual presente na resolução que condena as execuções arbitrárias e injustificadas.
A resolução geral da Assembleia das Nações Unidas, que é revista a cada dois anos, continha uma referência à oposição da execução de pessoas LGBT na versão de 2008, no entanto, a versão deste ano foi aprovada sem nenhuma referência à orientação sexual depois de um grupo, maioritariamente constituído por países africanos e asiáticos, encabeçado por Marrocos e Mali, votarem a favor da sua remoção.
Grupos defensores dos direitos das pessoas gays e lésbicas estão apreensivos pois temem que este acto – que passou com uma pequena diferença de 79 contra 70 votos – seja interpretado como um sinal de que é internacionalmente aceitável perseguir pessoas pela sua orientação sexual.
Cary Alan Johnson da Comissão Internacional para os Direitos de Homossexuais e Lésbicas declarou que “esta votação é um desenvolvimento perturbante e perigoso, pois basicamente retira o reconhecimento da vulnerabilidade a que está sujeita a comunidade LGBT. Este reconhecimento é crucial principalmente se tivermos em conta que 76 países do mundo criminalizam a homossexualidade, cinco consideram que é um crime capital e outros países como o Uganda estão a considerar adicionar a pena de morte às leis que criminalizam a homossexualidade.”
No ano passado no Uganda um projecto de lei pretendia penalizar com a pena de morte actos de sexo homossexual ou gays com VIH. Apesar de arquivado após protestos internacionais, o principal apoiante deste projecto manifestou que deseja aprová-lo em breve.
O Uganda foi um dos 79 países que votou a favor da remoção da referência à orientação sexual da resolução das Nações Unidas. Entre outros países contam-se também o Afeganistão, China, Cuba, Coreia do Norte, Irão, Iraque, Paquistão e a Arábia Saudita. A maioria dos países ocidentais votou a favor de manter a referência à orientação sexual no texto.
Peter Tatchell, activista britânico pelos direitos LGBT, afirmou que esta resolução “dá luz verde ao massacre de pessoas LGBT por regimes homofóbicos e esquadrões da morte. Essas pessoas vão buscar justificação para as suas acções no facto que as Nações Unidas não sancionam a protecção das pessoas LGBT contra violência e assassínio motivados pelo ódio.” E continuou, acrescentando que “ o voto das Nações Unidas é uma provocação à Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual garante o tratamento igual, não-discriminatório e o direito à vida. Qual é então o objectivo das Nações Unidas se se recusa a assegurar os seus próprios valores humanitários?”