Cinquenta sombras de cinzento
Não. Esta crónica não vai ser acerca de literatura de cordel que dificilmente passaria o teste de Bechdel.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Não. Esta crónica não vai ser acerca de literatura de cordel que dificilmente passaria o teste de Bechdel.
O início desta crónica levou duas tentativas até eu conseguir perceber exactamente o que é que queria dizer, como o queria dizer, e a quem o queria dizer. Não sabia se o queria escrever em jeito de confissão a vocês que me lêem, ou à pessoa que me faz escrever esta crónica, por isso é provável que estes parágrafos não passem duma versão em prosa dum disco da Adele/Taylor Swift, ou outra qualquer que esparrama a vida sentimental em discos.
Eu tinha apenas 15 anos quando a Gisberta foi assassinada. Ligava pouco a jornais e noticiários, mas a cobertura deste caso foi tão grande, que era impossível ignorá-lo. Demorei tempo a digeri-lo (alguma vez o fiz?) mas o que senti foi, sobretudo, medo.
Nasci no ano em que a SIDA se passou a chamar SIDA. Quando ainda não se sabia o que a provocava. Primeiro foi o “cancro gay”, depois o “GRID” (imunodeficiência associada aos gays). A seguir conhecemos o VIH. E logo as campanhas moralistas impulsionadas pelo silêncio assassino de Ronald Reagan que proclamavam a SIDA como o “castigo” pelos gays serem gays – quem não se lembra da famosa frase “A SIDA cura a homossexualidade”? Já no final da década e inícios dos anos 90 vieram as mortes dos famosos, histórias de solidariedade e luta, o AZT e as grandes manifestações em Nova Iorque do Act Up.
Gonçalo Correia é um jovem português de 17 anos. Depois de namorar com raparigas, apercebeu-se, há cerca de dois anos, de que era bissexual.
Pedro Dias, sócio gerente da discoteca Trumps e conhecido empresário da noite gay de Lisboa, é o mais recente participante na campanha portuguesa contra o bullying “Tudo Vai Melhorar” (TVM) baseada na internacional “It Gets Better”.