Durante muito tempo fomos ensinados a acreditar que o amor só podia existir dentro de um molde muito específico: duas pessoas, exclusividade sexual e emocional, para sempre. Mas quem vive fora da norma — seja em identidade, orientação, corpo ou forma de amar — sabe que nem sempre esse modelo encaixa. E está tudo bem com isso.
No dia 15 de Julho, comemora-se o Dia da Visibilidade da Não-Monogamia, uma oportunidade para celebrar e falar sobre a diversidade de modelos que naão incluem a premissa da exclusividade.
Devido à crescente visibilidade da Não Monogamia, tem havido maior circulação de informação e debate, criando mais oportunidades para conhecer, esclarecer, reflectir e aprofundar conceitos e entendimentos sob diversas perspectivas.
Quem hoje tem mais de cinquenta anos é provável que os seus pais se enquadrem no conceito tradicional da monogamia. Nas gerações mais antigas, era predominante ter-se um único parceiro afectivo-sexual ao longo da vida. No entanto, relações vitalícias nem sempre refletiam relações felizes. As pessoas casavam-se quase sem se conhecerem; a conjugalidade implicava papéis de género que resultavam em dependência financeira das mulheres. Para além disso, o moralismo religioso contribuía frequentemente para a permanência em relações insatisfatórias.
Vivemos segundo um modelo social que privilegia as relações heterossexuais. Relações que estão assentem nos papéis binários de género, na monogamia e na procriação. A esse modelo chamamos modelo heteronormativo.
Como referi numartigo anterior a monogamia surgiu na época do neolítico como forma de garantir a transmissão da propriedade à linhagem masculina. Produto do patriarcado, este modelo relacional perdura como maioritário até aos nossos dias.
Acredito que não somos naturalmente monogâmicas/os. Não é por acaso que existem tantos casos de infidelidade. A necessidade de variar sexualmente é algo humano. Tanto homens como mulheres gostam de diversidade sexual.
Pouco antes do Natal, o deputado conservador britânico Michael Fabricant reuniu-se com a Ministra da Saúde Jane Ellison e membros do Comité Científico para a Segurança do Sangue, Tecidos e Órgãos, para discutir a realização de um estudo que visa averiguar se homens em relações monogâmicas com outros homens podem ou não doar sangue , sem necessidade de esperar 12 meses após o último contacto sexual.
O realizador português António da Silva está de volta. Depois de "Mates", "Julian","Pix", "Bankers" e "Gingers" é a vez de "Daddies", o filme que versa sobre o universo sénior. Filmado no último Verão em San Francisco (EUA), considerada "uma capital de homens gays onde se pode praticar e falar de sexo e do corpo de forma descontraída e com significado", pode ler-se numa nota de imprensa a que o dezanove.pt teve acesso.